Sem esforço, indústria da moda brasileira pode acabar, diz Gloria Kalil

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A empresária e consultora de moda Gloria Kalil afirmou, nesta terça-feira (24), que a "indústria da moda brasileira está fadada a desaparecer se não houver esforço gigantesco do governo e de empresários". A afirmação foi feita logo após a palestra "Fashion marketing: relação da moda com o mercado", no Fórum de Lojistas da 18ª edição do Senac Rio Fashion Business, que acontece esta semana na Marina da Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

"A China e a Índia têm uma produção com preço e qualidade que nós estamos longe de ter", ressaltou Gloria. "A moda no Brasil está num impasse. Temos impostos altos e taxas alfandegárias caras, além de leis trabalhistas obsoletas. Não temos uma marca da moda conhecida lá fora", complementou.

A consultora de moda explicou que é preciso modernizar os processos de produção e de tributação, e conceder linhas de crédito, para tentar amenizar o quadro. "E não é apenas o governo ou somente o setor privado, separados, que vão solucionar este problema. É preciso ter uma ação conjunta", concluiu.saiba mais

Moda caminha naturalmente para sustentabilidade

Ao comentar sobre os enfoques desta edição do Senac Rio Fashion Business – sustentabilidade, economia criativa e solidária e artesanato -, a consultora destacou que a indústria da moda está se encaminhando de forma natural para se tornar sustentável.

"São processos necessários. Naturalmente, o mundo se encaminha para um processo de preservação. A moda é um processo industrial e, como em todos os outros setores, está se encaminhando para a sustentabilidade", afirmou a consultora.

Glória Kalil concordou com a afirmação da diretora-geral do Fashion Business, Eloysa Simão, de que "o artesanato é a nova alta-costura". "De fato, o artesanato tem uma exclusividade, um tempo de produção e uma expertise característicos da alta-costura. Mas, ainda assim, a alta-costura tem mais exigências do que o artesanato", concluiu.