Brasília O presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Geraldo Vianna, sugeriu que o governo isente os pedágios das rodovias dos tributos federais, como Imposto de Renda, PIS-Cofins e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), para conseguir reduzir em 20% as tarifas dos sete trechos de rodovias que poderão ser concedidos à iniciativa privada.
A redução de 20% do teto das tarifas de pedágio, ao lado da diminuição da margem de retorno dos investidores, será uma das mudanças no edital de concessão, cuja retomada foi anunciada na quinta-feira pelo governo."Existe uma possibilidade de melhorar os preços dos pedágios, sem mexer na taxa de retorno dos investidores. Basta desonerar os pedágios. É só convencer a Receita (Receita Federal)", provocou Vianna, que esteve ontem com o ministro Sérgio Passos no Ministério dos Transportes.
Segundo ele, quando o governo concede uma rodovia à iniciativa privada já está deixando de gastar com a conservação dessas pistas. Assim, cobrar impostos sobre os pedágios seria ganhar duas vezes sobre as rodovias. Vianna disse que a NTC está alinhada com o objetivo do governo de reduzir as tarifas. Mas ressaltou que os transportadores estão preocupados com a possibilidade de as alterações que o governo fará no edital atrasarem o processo de concessão.
Na opinião de Vianna existem "forças" na sociedade que gostariam de ver o leilão esvaziado. "E esse seria o pior cenário", observou, destacando que para os transportadores é importante que as tarifas dos pedágios sejam baixas, mas também é importante que as rodovias estejam em boas condições. Vianna disse que o ministro Passos assegurou que a reavaliação do edital não vai demorar. "Ele disse que será uma questão de meses", afirmou o executivo, acrescentando que torce para que o leilão dessas rodovias aconteça ainda neste ano.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiesp), responsável pela área de infra-estrutura, Saturnino Sérgio da Silva, disse que o setor também está interessado em tarifas mais baixas, mas alertou para o risco de que a redução na taxa de retorno seja interpretada como uma interferência do governo no mercado.
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