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Brasília – Mesmo com a torcida por um corte maior, o Banco Central decidiu diminuir o ritmo de redução da taxa básica de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou há pouco que a Selic caiu de 13,25% ao ano para 13%.

Nas últimas cinco reuniões, o corte foi de meio ponto percentual. Está foi a 13.ª queda consecutiva, desde setembro de 2005, quando começaram os cortes. Com a decisão de ontem, a Selic acumula queda de 6,75 pontos porcentuais. A última vez em que a Selic sofreu um corte de 0,25 foi em setembro de 2005. Depois disso, os cortes foram de 0,50.

Parte do mercado apostava em um corte de 0,25 ponto percentual. Outra ala, porém, esperava redução de 0,5 ponto. Com o anúncio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), alguns analistas reforçaram a expectativa de manutenção do ritmo de corte da taxa, já que o juro menor favorece o crescimento da economia. Outros, entretanto, avaliaram que como as medidas do pacote são expansionistas, o Copom poderia ser mais cauteloso.

No dia do anúncio das medidas, o ministro Guido Mantega (Fazenda) direcionou um comentário ao presidente do BC, Henrique Meirelles.

"O mercado está esperando uma redução da taxa Selic. A continuação [do processo de queda], viu, Meirelles?", disse o ministro na segunda-feira. Hoje, ele afirmou que o comentário foi apenas uma "brincadeira".

Apesar da expectativa por um corte maior, na ata da última reunião do ano, realizada em novembro, o Copom já havia sinalizado que poderia reduzir o ritmo de redução da Selic.

A cautela do BC ocorre em um momento em que não há nenhum temor de choque externo ou interno que possa afetar a economia a ponto de colocar em risco a meta de inflação, que é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5%, com margem de dois pontos para cima ou para baixo. No ano passado, os preços subiram 3,14%.

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria está no mesmo patamar de um ano atrás, mesmo com o aumento das vendas. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), era de 82% em novembro de 2006.

A manutenção desse nível mostra que não há pressão sobre a capacidade de produção das empresas. Em setembro de 2004, esse temor fez com que o Copom aumentasse os juros.

Os analistas também não apostam em um forte crescimento da economia, o que poderia causar pressão sobre os preços. A aposta é que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha uma expansão de 3,5% neste ano. Menor que o previsto pelo BC no "Relatório de Inflação" de 3,8%. Mas a aposta maior ainda é a que consta do PAC de 4,5%.

O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião.

Incertezas

Em comunicado divulgado após a reunião o comitê diz que, "dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 13% ao ano, sem viés, por 5 votos a favor e 3 votos pela redução da taxa Selic em 0,50 ponto. Diante das incertezas associadas ao mecanismo de transmissão da política monetária, e considerando que os efeitos das reduções de juros desde setembro de 2005 ainda não se refletiram integralmente na economia, o Copom avalia que a decisão contribuirá para aumentar a magnitude do ajuste a ser implementado."

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