O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, culpou nesta segunda-feira o impasse político em Washington pelo rebaixamento do rating do país e disse que oferecerá algumas recomendações sobre como reduzir os déficits federais.
Obama evitou criticar fortemente o corte feito pela Standard and Poor's da nota de crédito dos Estados Unidos, de "AAA" para "AA+", na sexta-feira. Autoridades do alto escalão do governo têm acusado a S&P de seguir com o corte apesar de um erro de cálculo de 2 trilhões de dólares.
"Os mercados vão subir e cair, mas esse são os Estados Unidos. Não importa o que uma agência possa dizer, temos sido e sempre seremos um país 'AAA'", afirmou Obama.
Enquanto Obama falava, os mercados de ações registravam outro dia de fortes declínios. O índice Standard and Poor's 500 da Bolsa de Nova York despencava cerca de 5 por cento nesta tarde.
Obama disse esperar que o rebaixamento do rating norte-americano pela S&P dê aos parlamentares um novo senso de urgência no combate ao déficit no longo prazo. O presidente disse não acreditar que as reduções possam ser implementadas apenas com cortes de gastos.
Um comitê bipartidário, a ser formado sob a legislação aprovada na semana passada que evitou um default do país, deverá reportar suas recomendações no final de novembro sobre como cortar 1,5 trilhão de dólares em gastos durante dez anos.
Obama disse que fará suas próprias recomendações para resolver o problema e novamente citou a necessidade de elevar impostos para os norte-americanos mais ricos e de se fazer modestos ajustes em programas sociais, que são populares, mas também custosos.
"Fazer essas reformas não querer nenhum passo radical. O que isso requer é senso comum e compromisso", disse Obama.
O presidente afirmou que os problemas dos Estados Unidos são "iminentemente solvíveis", mas que o impasse político tornou o compromisso extremamente difícil e contribuiu para um quadro de incerteza econômica.
Obama pediu ao Congresso que amplie o corte tributário da folha de pagamento e os benefícios para desempregados, dizendo que, se isso não ocorrer em breve, haverá 1 milhão de empregos a menos e um menor crescimento econômico.
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