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ajuste fiscal

Senado aprova MP que aumenta imposto sobre ganho de capital na venda de imóveis

Medida provisória estabelece alíquota gradual de Imposto de Renda sobre negócios imobiliários. Governo prevê arrecadar R$ 800 milhões

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (23) a medida provisória 692, que estabelece uma alíquota gradual de Imposto de Renda sobre ganhos de capital obtidos na venda de imóveis. A medida, apresentada pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy como uma alternativa ao tributo a grandes fortunas e uma forma de incrementar as receitas, vai para a sanção da presidente Dilma Rousseff com as mudanças aprovadas na Câmara dos Deputados, o que, na prática, representa uma derrota para o governo. Com as alterações ao texto, a arrecadação prevista com o projeto inicial, de R$ 1,8 bilhão, caiu a menos da metade, para R$ 800 milhões.

Inicialmente, a ideia do governo era começar a aumentar o tributo a quem obtivesse ganhos de capital superiores a R$ 1 milhão com a venda de imóveis. Nesses casos, a alíquota subiria dos 15% cobrados uniformemente para 20%. A última faixa, para ganhos acima de R$ 20 milhões, teria um imposto de 30%. Uma emenda apresentada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), no entanto, reduz alíquotas e aumenta intervalos: mantém os 15% atuais para ganhos de até R$ 5 milhões e altera o teto para 22,5% em ganhos acima de R$ 30 milhões. Com a mudança, o número de contribuintes atingidos caiu de 3,5 mil para 800.

“Ao ler o relatório feito pelo senador Tasso Jereissati, eu entendi que o senador melhorou a medida provisória, tanto que foi aprovada por unanimidade na comissão mista e na Câmara. Não houve emenda e não houve nenhuma modificação na Câmara, relatada pelo Paulo Pimenta, do PT. O que ele (senador Tasso) fez foi melhorar a medida provisória”, afirmou o senador e relator da matéria na casa, Acir Gurgacz (PDT/PR).

Vários parlamentares da oposição se posicionaram de forma contrária à MP. Para muitos deles, a iniciativa tem impacto pequeno na arrecadação e não ajuda no ajuste fiscal. O senador José Agripino Maia (DEM/RN) descreveu a medida como paliativa. “Vou votar a favor porque tem o traço da competência do senador Tasso, mas longe de resolver nossos problemas, é um paliativo para a situação que o país está vivendo.”

O senador Blairo Maggi (PR/RS) ainda acusou o governo de estar atacando o setor empresarial. “Vejo senadores querendo penalizar quem gera emprego nesse país.” Os parlamentares do PT argumentaram que o ideal seria que a matéria fosse aprovada como saiu originalmente do governo, com uma tributação mais elevada, mas que, diante do risco da MP perder a validade (em 29 de fevereiro), seria melhor a aprovação com as alterações feitas pela Câmara.

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