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Senadores democratas apresentaram na noite de segunda-feira um pacote de socorro financeiro às montadoras dos EUA, mas o destino do projeto de lei permanece incerto, em meio a uma forte oposição republicana. A proposta, apresentada pelo líder democrata no Senado dos EUA, Harry Reid, prevê a destinação de US$ 25 bilhões em empréstimos a juros baixos às montadoras. A votação pode ocorrer ainda nesta semana. A Câmara dos Representantes pode apresentar, também nesta semana, sua própria versão do pacote.

Dois projetos foram anexados à proposta: o mais amplo prevê gastos de US$ 100 bilhões para estimular a economia, e há também uma medida mais específica, que amplia o seguro-desemprego. Esta última deve ter mais chances de aprovação. O projeto de lei estabelece que o dinheiro virá do pacote de US$ 700 bilhões elaborado pelo governo federal para socorrer as instituições financeiras. A administração Bush e muitos republicanos têm se oposto a que o dinheiro do pacote seja usado para socorrer as montadoras, ao dizer que o plano foi desenhado apenas para socorrer as instituições financeiras.

Embora a proposta não mencione as empresas que seriam beneficiadas, ela está formatada para ajudar a General Motors, a Ford e a Chrysler, cujos recursos se esvaem rapidamente em meio à depressão na venda de veículos. Os democratas disseram que um pedido de concordata de umas das montadoras de Detroit custaria centenas de empregos e mergulharia o país ainda mais na crise financeira. "O Congresso conclui que circunstâncias exigentes e extraordinárias impediram o setor automobilístico de obter de outras fontes crédito e liquidez essenciais, e que o fracasso do setor em obter tal crédito e liquidez terá um efeito adverso sistêmico sobre a economia", diz o texto do projeto apresentado pelo senador Reid.

Para receber os empréstimos, as empresas teriam de atender a algumas exigências, como elaborar um plano de negócios de longo prazo e fornecer garantias para o governo comprar suas ações a preços reduzidos. Os republicanos levantaram dúvidas sobre a capacidade de as montadoras pagarem os empréstimos e alertaram para a possibilidade de que outros setores sejam encorajados a buscar ajuda do governo. "Não há indicação de que as empresas farão algo diferente do que elas já fazem, que foi um grande fracasso", declarou o senador republicano Whip Jon Kyl.

A Casa Branca condenou a proposta dos senadores democratas, a quem acusou de promover um "assalto" ao programa de socorro do setor financeiro montado pelo Departamento do Tesouro. "Surpreendeu-nos que os senadores democratas tenham proposto uma ajuda que não exige que as montadoras tomem as decisões difíceis para se reestruturar e se tornarem viáveis", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. As informações são da Dow Jones.

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