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O setor de serviços segue acompanhando a desaceleração de outras atividades econômicas, principalmente indústria e comércio, que pioram desde o início do ano, afirmou nesta sexta-feira (18) Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, a receita nominal dos serviços avançou 2,1% em relação a julho do ano passado, sem descontar os efeitos da inflação. Foi o pior desempenho para o mês na série, iniciada em 2012.

Os serviços de informação e comunicação tiveram alta de 0,8% na receita nominal, ou seja, sem descontar a inflação, em julho ante igual mês de 2014, após uma sequência de três quedas consecutivas em termos nominais.

Já os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram avanço de 3,5% na receita bruta em julho ante julho do ano passado, o menor crescimento de toda a série, iniciada em janeiro de 2012. Este setor, que inclui serviços básicos como segurança e limpeza, vinha se mostrando mais resistente à desaceleração na atividade. Os serviços de transportes tiveram avanço de 2,8% na receita bruta no período, enquanto os outros serviços observaram recuo nominal de 0,8% no valor de vendas.

“Os serviços estão acompanhando o processo de desaquecimento que temos observado em outros setores, principalmente indústria e comércio”, disse Saldanha. Além disso, o ajuste fiscal dos governos também tem afetado a demanda por serviços, notou o técnico.

“A indústria é o principal demandante (de serviços), seguida do próprio governo. Na medida em que a indústria está passando por fase de desaquecimento e o governo por contenção de gastos, isso se reflete em menos contratações de serviços. São serviços de transportes, de consultoria, serviços que normalmente são terceirizados. Todos eles sofrem uma retração em função dessa demanda desaquecida”, explicou Saldanha.

Famílias

Os serviços prestados às famílias tiveram uma ligeira melhora em julho devido às férias escolares. A receita nominal do setor, sem descontar a inflação, teve alta de 2,5% em relação a julho do ano passado, após estabilidade em junho e queda em maio, sempre nesse tipo de comparação.

“No caso dos serviços prestados às famílias, apesar de ser uma taxa (de crescimento) ainda baixa, é um mês de férias, então tem certo aquecimento, em que pese a retração no poder de compra das famílias”, disse Saldanha. Segundo ele, mais pessoas viajaram e demandaram serviços de alimentação e alojamento em relação a meses anteriores. Houve ainda um evento de games em São Paulo, que ajudou a movimentar os serviços na região, notou o técnico.

O turismo de lazer também beneficiou o transporte aéreo, cuja receita nominal avançou 4,4% em julho ante igual mês do ano passado, o melhor resultado neste tipo de confronto desde setembro de 2014. “Houve certa retomada no turismo de lazer por causa das férias”, afirmou Saldanha.

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