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O crescimento dos recursos para o mercado imobiliário renova o ânimo da indústria da construção civil, estagnada desde o início da década. A expectativa é de que a maior oferta de crédito estimule o consumidor a comprar imóveis novos – o que aconteceu de maneira muito tímida no ano passado, apesar dos R$ 4,7 bilhões liberados pelos bancos privados.

"A meta é conseguirmos R$ 8,7 bilhões em recursos de poupança, na soma entre bancos privados e a Caixa. Mais que isso seria um pouco ambicioso", diz o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão. Ele espera que o setor cresça 5% neste ano, com a ajuda da proximidade das eleições – sempre associadas a um maior número de obras públicas. Júlio de Araújo Filho, presidente do Sinduscon-PR, concorda. "Tanto o governo estadual quanto a prefeitura de Curitiba têm anunciado pacotes de escolas e hospitais."

Pelos cálculos da CBIC, a indústria da construção não cresceu nem 1% no último ano. O mesmo vale para Curitiba: Araújo diz que em 2005 o setor repetiu o desempenho de 2004, quando foram erguidos 885 mil metros quadrados em obras residenciais e não-residenciais na cidade. "Isso já pode ser considerado uma vitória, porque ao menos o volume não caiu, como vinha acontecendo em anos anteriores", diz Araújo.

O Sinduscon considera que outro motivo para otimismo neste ano está no aumento de 30% da área para novas construções: nos primeiros 11 meses de 2005, a prefeitura liberou 1,72 milhão de metros quadrados, frente a 1,32 milhão no ano anterior. No entanto, isso pode ser resultado das mudanças de zoneamento da cidade, que estimularam donos de terrenos a conseguir logo a autorização da prefeitura – mesmo sem ter a intenção de construir agora.

A estabilidade do volume construído em Curitiba no ano passado contrasta com o número de unidades residenciais concluídas: dados do Sinduscon mostram que 5.722 casas ficaram prontas de janeiro a novembro, 37% a mais que no mesmo período de 2004. Isso significa que foram entregues mais casas de menor tamanho, ou seja, as chamadas moradias de "interesse social". É sinal de que as medidas de desburocratização de empréstimos adotadas pela Caixa Econômica Federal a partir de julho podem ter surtido efeito. Ao mesmo tempo, o número de unidades lançadas em Curitiba nos primeiros 11 meses de 2005 cresceu 54%, totalizando 1.838. São lançamentos que, no futuro, vão se refletir no volume construído. (FJ)

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