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Reunidos no 3.º congresso internacional do setor de madeira processada, que termina hoje em Curitiba, empresários do setor madeireiro lamentam que, apesar de ser líder mundial em melhoramento genético e manejo florestal, o Brasil não tenha evitado a pior crise do setor nos últimos tempos. Algumas indústrias deste segmento reduziram a produção em até 50% nos últimos dois anos, devido à perda de rentabilidade ocasionada pela desvalorização do real.

"O setor não está paralisado, mas também não há grandes investimentos", diz Luiz Barros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente. Apesar dos percalços enfrentados, ele vê com bons olhos a prática crescente de fomento, por meio da qual as indústrias contratam a produção de pequenos produtores – o que contribuiu para expandir as florestas de pinus e eucalipto de grandes empresas, com olhos no futuro.

Algumas empresas de médio porte buscam manter seus contratos com alternativas fora do país. Depois de derrubar pela metade sua produção, a serraria e fabricante de manufaturados Águia Florestal, de Ponta Grossa, decidiu tranferir parte da atividade comercial para o Uruguai. Na cidade de Algorta, a empresa vem conseguindo atender seus clientes na Ásia e EUA. "Do Brasil não se consegue exportar. Enviar um contêiner a partir de Montevidéu para Taiwan custa 40% menos do que de Porto Alegre", diz o presidente Álvaro Scheffer.

A exportação a partir de Paranaguá foi cancelada porque há cerca de dois anos os armadores que transportavam os produtos da Águia deixaram de atracar no porto. "Eles eram obrigados a enfrentar fila e pagar diárias extras", explica.

Enquanto isso, comerciantes estrangeiros estão de olho ou já fincaram bandeira nas florestas nativas brasileiras. O grupo comercial Olam, da Indonésia, exporta 15 mil metros cúbicos ao ano de madeiras como ipê e jatobá, que viram pisos e móveis de jardim em todo o mundo, e pretende investir mais na espécie teca, com a qual se produz móveis na Ásia.

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