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Varejo critica ideia de elevar imposto dos importados

A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) – que representa as principais redes do varejo nacional que comercializam vestuário, bolsas e acessórios de moda, além de cama, mesa e banho – questionou a medida em estudo pelo governo de aumentar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado à importação de confeccções para trazer competitividade à indústria nacional.

"Qualquer medida que onere artigos importados não resolve o problema da falta de competitividade da indústria nacional. Além disso, com o aumento no IPI, o artigo de vestuário importado ficará mais caro e penalizará as classes C e D", afirmou a entidade. Para a associação, os principais problemas do setor produtivo são a elevada carga tributária e a onerosa folha de pagamento.

Os setores têxtil e de móveis acreditam que até o fim de março o Ministério da Fazenda deve anunciar uma medida para desonerar a folha de pagamento para estas indústrias. A ideia é substituir a cobrança de contribuição previdenciária de 20% sobre o salário dos funcionários por um tributo sobre o faturamento das empresas. A alíquota sobre o faturamento das empresas que tiverem desoneração da folha de pagamento poderá cair do nível atual de 1,5%, oferecido anteriormente pelo governo, para 1%.

A desoneração foi discutida ontem entre os representantes das empresas e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o presidente da Asso­ciação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Diaz Fernandez, a diminuição da alíquota para 1% já atende as reivindicações do setor de móveis, aumentando assim a competitividade no mercado interno e externo.

"A alíquota atual é 1,5% e o governo sinalizou algo como 1%. Conversaremos novamente com o setor para flexibilizarmos nossa proposta de 0,8% para 1%. Com isso, cada um cede um pouco. Isso é plausível", afirmou o dirigente.

O setor têxtil, apesar de manter a reivindicação de redução da alíquota para 0,8%, também está disposto a negociar com o governo, segundo declarou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Agnaldo Diniz Filho.

"Vemos a tendência de redução da alíquota de 1,5% sobre o faturamento que vigora atualmente. Pedimos 0,8%, mas o valor ainda não foi definido. Vejo uma preocupação clara do governo com as importações. Caso a redução da alíquota aconteça, o setor têxtil pode participar do programa [de desoneração da folha de pagamento]. Isso poderia nos dar mais competitividade frente aos produtos da China", afirmou Diniz Filho.

A desoneração sobre a folha de pagamento foi anunciada no ano passado, junto com o plano Brasil Maior. A medida zerou a alíquota de 20% de contribuição patronal para a Previdência e, em troca, instituiu que as empresas pagassem o equivalente a 1,5% ou 2,5% (dependendo do setor) sobre o faturamento bruto.

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