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O Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) recorreu hoje à Justiça para colocar um fim ao impasse criado com os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e da unidade de produção de ácido tereftálico (PTA) da Petroquímica Suape, que estão em greve. A classe patronal quer que o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região decrete a ilegalidade do movimento, o não pagamento das horas paradas e o imediato retorno ao trabalho. O pedido será julgado na quinta-feira.

"Os trabalhadores não seguiram os trâmites legais", afirmou a advogada do Sinicon, Margareth Rubem, ao citar o descumprimento do aviso de 48 horas para o início da greve e a ausência de entrega de uma pauta de reivindicações para ser negociada.

A decisão da classe patronal se deu depois que os trabalhadores rejeitaram, em assembleia, pela manhã, a proposta - mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) - de conceder 80% sobre as horas extras do sábado e vale alimentação de R$130,00. Eles pedem 100% e um vale de R$ 160,00.

Além de recusar, por unanimidade, a oferta patronal, a assembleia, realizada na frente da refinaria, contou com a adesão dos trabalhadores da unidade de PTA da Petroquímica Suape também localizada no complexo industrial portuário de Suape, no município metropolitano de Ipojuca.

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores na Construção Pesada, Wilmar Santos, condenou o que chamou de "judicialização" da greve e não acredita que a estratégia irá arrefecer o conflito. Ele teme um clima de mais tensão.

Santos estimou que a greve abrangia hoje um total de 26 mil trabalhadores - da Refinaria e da fábrica de PTA -, com a possibilidade de adesão dos trabalhadores das outras duas unidades da Petroquímica Suape - as de PET e de POY. "A pauta será unificada para todos os trabalhadores", frisou ele, ao defender a manutenção das negociações.

Depois de nove dias de paralisação em fevereiro - quando, durante as manifestações, um trabalhador do consórcio Conest (Odebrecht e OAS) foi baleado no rosto e houve um incêndio em um alojamento da unidade de PTA -, os trabalhadores do Conest retomaram a greve na última quinta-feira. O movimento foi engrossado, em seguida, pelos trabalhadores de outras empresas e consórcios responsáveis pelas obras da Refinaria Abreu e Lima e, hoje, pelos da fábrica de PTA.

A Refinaria Abreu e Lima é o maior investimento da Petrobras em Pernambuco - US$ 13,36 bilhões - e tem conclusão prevista para o final de 2012. Cerca de 20 mil pessoas trabalham atualmente nas obras da refinaria - 4.822 delas através do Conest. A Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) emprega um total de 14 mil trabalhadores, de acordo com Walmir Santos.

É um empreendimento da Petrobras Química S.A. (Petroquisa) que reúne três unidades industriais integradas - uma para produção de ácido tereftálico (PTA), outra para produzir polímeros (POY) e uma terceira para resina de embalagem PET. O objetivo é implantar um polo integrado de poliéster em Suape.

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