A preocupação com as ameaças à liberdade de imprensa no continente foi a principal tônica dos discursos da cerimônia oficial de abertura da 68.ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), nesta segunda-feira (15), em São Paulo. Foram especialmente destacadas as ameaças que partem de governos populistas. Em seu pronunciamento, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinalou: "Creio que o populismo, com viés autoritário, representa hoje nas Américas a maior ameaça, não só à liberdade de imprensa, mas também à sua raiz mais ampla que é a liberdade de expressão."

CARREGANDO :)

O governador disse ainda que abusos da imprensa, quando existirem, não devem ser combatidos com a supressão da liberdade. "Abusos da imprensa - e eles ocorrem - se combatem com mais liberdade, não com menos. Se combatem, quando de fato existem, com juízes de verdade, no Judiciário."

O presidente do comitê anfitrião da SIP, Júlio César Mesquita, membro do Conselho de Administração do Grupo Estado, apontou como ameaças os assassinatos de jornalistas cometidos por narcotraficantes e também os governos populistas. "Infelizmente, hoje, em pleno século 21, voltaram a ser uma realidade, como é o caso de Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e Argentina, que diariamente atacam a imprensa independente dessas nações", afirmou.

Publicidade

O presidente da SIP, Milton Coleman, do jornal Washington Post, observou que, apesar dos avanços democráticos no continente, os países ainda convivem com as sombras do autoritarismo. "Governos democraticamente eleitos estão tratando de promulgar leis que solapam a liberdade de expressão", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também
  • PT promete retomar debate sobre regulação da mídia
  • Maioria dos jornalistas das Américas teme por liberdade de imprensa
  • Princípios do jornalismo vão prevalecer nas novas mídias
  • Em evento, Argentina denuncia "cerco" à imprensa
  • Para SIP, violência e manobras judiciais amordaçam imprensa latino-americana
  • Relatório do Brasil fala de mortes e censura prévia