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A depender da profundidade e abrangência das medidas de apoio ao setor industrial que a presidente Dilma Rousseff anunciará amanhã, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf promete um "show" do setor. Esperançoso, ele acredi­­ta que a equipe econômica vai promover mudanças estruturais e de forma linear para todas as empresas da in­­dústria da transformação. "Baixem o preço do gás, da energia, os encargos na folha de pagamento, corrijam a questão cambial, reduzam os juros e, ano que vem, veremos a indústria brasileira dando show no mundo". De 2003 até agora, foram lançadas três políticas industriais – nenhuma impediu o acirramento da desindustrialização do país.

O ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Julio Gomes de Almeida, é bem mais cauteloso e avisa que a reversão do cenário de desindustrialização brasileiro é improvável no curto prazo. Isso somente poderia ocorrer após 2014, em um outro contexto mundial. "Nossa política industrial pode apenas minimizar o contexto internacional de crise e de intervenção no câmbio por parte da China", afirmou.

Pacote

Ainda na noite de ontem, a Agência Estado adiantou parte do pacote voltada ao incentivo aos investimentos por parte da indústria nacional. Está prevista uma reformulação nas linhas de financiamento para investimento e capital de giro do Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES) – principalmente nos programas Re­­vitaliza e de Sustentação do Investimento (PSI) –, com a ampliação dos setores favorecidos, redução das taxas de juros e maior prazo para pagamento. A previsão é de um aumento de R$ 18 bilhões nos empréstimos.

Haverá também mudanças nas regras de atuação dos fundos de desenvolvimento regional para alavancar investimentos em infraestrutura. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal poderão atuar neste mercado, oferecendo empréstimos com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e do Fundo de Desenvolvimento da Ama­­zônia. O risco das aplicações deve ser transferido do Tesouro para os bancos.

Dentro do PSI, o volume de empréstimos subirá para R$ 227 bilhões até dezembro 2013. Será criada ainda uma linha – de R$ 8 bilhões – para financiar projetos com o objetivo de reduzir custos de obra, com taxas de 5% ao ano.

Também no PSI, os juros para a aquisição de máquinas e equipamentos caíram de 6,5% para 5,5% ao ano para as micro, pequenas e médias empresas (MPME), e de 8,7% para 7,7% ao ano para as grandes. Para as MPME o aporte da linha passará de R$ 3 bilhões para R$ 13 bilhões.

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