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O temor de que os fundos sofressem valiosa perda de recursos para a poupança parece ter ficado para trás. Com os juros no piso, a bolsa de valores em alta e o desinteresse dos aplicadores em migrar dos fundos para a poupança, os bancos demonstram ter dado o assunto por encerrado, e não adianta o investidor ainda esperar por taxas de administração menores.

As taxas haviam se tornado uma das vilãs nos últimos meses e, depois de uma temporada de recuo, estão paradas há algum tempo. Em alguns casos, como nos fundos de ações e multimercados, têm chegado a registrar pequenas altas. Nos fundos de ações, a taxa de administração média saiu de 2,18% em julho para 2,22% em setembro. No caso dos fundos multimercados, foi de 1,43% para 1,46% no período. "Os bancos passaram tranquilos por esse problema [risco de migração para a poupança]. Talvez se os juros básicos tivessem continuado em queda, tivéssemos outra realidade’’, diz William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas.

Os dados da Asso­ciação Brasileira das Entidades dos Merca­dos Financeiro e de Capitais mostram que nos fundos DI, que é a ca­te­goria que sofre mais de perto os efeitos da Selic cadente, a taxa de administração variou de 0,98% no fim do primeiro semestre para 0,97% em setembro. O que os bancos fizeram de efetivo durante o período mais crítico, no primeiro semestre, foi mexer nas taxas de administração de forma indireta, ao diminuir a aplicação mínima inicial de muitos fundos. Assim, deram ao cliente a chance de, com os mesmos recursos que possuía, encontrar um tipo de fundo que cobrasse taxa menos elevada.

Antônio Cássio Segura, gerente-executivo da área de varejo do BB, diz que o investidor de médio porte, que costuma aplicar em fundos, chegou a olhar para a poupança, mas acabou por manter suas aplicações onde estavam’. "O temor de que houvesse migração não se concretizou’’, diz. O mercado projeta que a taxa Selic – referência para os juros praticados no mercado, inclusive nas aplicações – começará a subir em 2010. Hoje a Selic está em 8,75%.

Quando a Selic começou a acelerar o processo de queda, no pri­mei­ro trimestre, es­pe­culou-se que os investidores trocariam os fundos pela poupança que, por não cobrar taxa de administração nem IR, seria mais competitiva. Naquela época, o governo deu sinais de que estaria disposto a passar a cobrar IR da poupança para equilibrar o jogo. A taxa de administração costuma oscilar entre 1% e 3%.

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