Sonae nega venda de lojas para Wal-Mart

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Curitiba – O Grupo Sonae, maior conglomerado empresarial de Portugal, desmentiu ontem que estaria vendendo sua empresa de distribuição no Brasil, a Sonae Distribuição. Os boatos sobre a negociação são antigos, mas voltaram à mídia ontem, depois que alguns jornais publicaram matérias confirmando a venda para o Wal-Mart. Segundo a imprensa, o valor a ser pago seria de US$ 700 milhões, ou aproximadamente R$ 1,6 bilhão. O rede americana preferiu não comentar o assunto.

Funcionários da loja do Mercadorama na Praça Ouvidor Pardinho (bairro Rebouças) dizem que há dois ou três meses ouvem falar que a rede passaria para o controle da Wal-Mart, mas até agora nada foi comunicado oficialmente. Questionado pela Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM) sobre os boatos, o Grupo Sonae negou que esteja ocorrendo qualquer tipo de negociação. Em nota, o conglomerado disse que já recebeu diversas ofertas para a venda, mas que "nenhuma mereceu uma decisão vinculativa". Mesmo assim, fontes confirmam que a negociação está em etapas finais e deve ser anunciada no começo de dezembro.

A aquisição da Sonae Distribuição é uma ação estratégica da Wal-Mart para aumentar sua presença nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Wal-Mart tem hoje cinco lojas no Paraná, todas em Curitiba. Caso a venda se concretize, a empresa passará a ter 38 unidades em funcionamento no estado. No Brasil, o número pode aumentar de 152 para 293 lojas. Esta pode ser a segunda maior ação de expansão do grupo no país. No início de 2004, a rede aumento de 25 para 118 o número de lojas com a compra da cadeia nordestina Bompreço. O negócio de US$ 300 milhões (cerca de R$ 690 milhões) possibilitou um crescimento de 500%.

Setor

O Paraná possui 2.580 supermercados – um para cada quatro mil habitantes –, segundo a Associação Paranaense de Supermercados (Apra) e está en segundo lugar no ranking nacional. O setor é o que mais emprega no ramo privado do país, com 740 mil empregos diretos e mais de dois bilhões de indiretos gerados. No estado, são 61 mil postos de trabalho diretos e 135 mil indiretos. No ano passado, o faturamento dos supermercados chegou a R$ 97,7 bilhões, valor correspondente a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.