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A produção industrial brasileira desacelerou em setembro, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa "Sondagem Industrial", divulgada nesta terça-feira, 22, o indicador do nível de produção ficou em 50,3 pontos em setembro; ante 52,7 pontos, em agosto. Apesar do reposicionamento - para baixo -, o indicador de evolução de produção do mês passado está em melhor situação que em setembro do ano passado, quando marcou 47,1 pontos.

Essa pesquisa é da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores apresentados variam em uma escala que vai de zero a cem. Quando há números acima de 50, há uma situação positiva.

O trabalho divulgado nesta terça-feira revela que indústria manteve suas operações abaixo do usual para o período. O indicador de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) efetiva em relação à usual ficou em 45,2 pontos em setembro; ante 45,9 pontos, em agosto. Embora continue abaixo da linha dos 50 pontos é uma situação melhor que em setembro do ano passado, quando o indicador ficou em 43,8 pontos. Em setembro deste ano foi utilizada, em média, parcela de 74% da capacidade instalada, mesmo patamar do mês anterior, informa a CNI.

De acordo com a confederação, a produção ficou estável em setembro, mas, ao mesmo tempo, a indústria brasileira ajustou os estoques. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,8 pontos no mês passado, ante 51,3 pontos, em agosto. É a primeira vez desde abril que a indústria opera sem excesso de estoques, informa a Sondagem Industrial. O indicador de evolução do nível de estoques marcou 48,8 pontos em setembro (o que significa queda dos estoques); ante 50,8 pontos, em agosto (o que representava tendência de alta).

"A notícia positiva fica por conta dos estoques de produtos finais da indústria, que retomaram ao nível planejado após cinco meses de excesso. Isso abre espaço para que eventuais aumentos da demanda sejam respondidos com aumentos da produção industrial", destaca o estudo divulgado hoje pela CNI.

Assim como enxugou estoques, o emprego na indústria também tem registrado recuo. O indicador de evolução do número de empregados situou-se em 49,3 pontos em setembro, ante 49,2 pontos, em agosto. É o quinto mês seguido que o indicador fica abaixo da linha divisória de 50 pontos, ressalta a confederação.

Trimestre

A "Sondagem Industrial" apurou, também, os principais problemas enfrentados pela indústria no terceiro trimestre. O item "elevada carga tributária" liderou o ranking, com 61,5% de menções, ante 60,0%, no segundo trimestre. Em segundo lugar ficou o quesito "competição acirrada de mercado", com 36,4% de citações entre os entrevistados; ante 37,1%, no trimestre anterior. A terceira colocação ficou com o "alto custo da matéria prima", com 35,0%; ante 35,5%, no segundo semestre deste ano. Também são citados problemas como "falta de demanda", "falta de trabalhador qualificado" e "taxa de juros elevadas", entre outros.

O quadro das condições financeiras ainda permanece adverso, embora esteja melhor que no segundo trimestre. Os empresários permanecem insatisfeitos com as margens de lucro operacional (45 7 pontos) e com a situação financeira (49,2 pontos), mas em menor grau do que sinalizado no trimestre anterior, adverte a CNI. Em relação às condições de acesso ao crédito (41,7 pontos), apesar da melhora do índice, ainda revela dificuldade por parte das empresas. A pesquisa também mostra que a elevação dos custos de matérias primas se acelerou no trimestre e atingiu 65,8 pontos, o maior valor em dois anos.

Expectativas

A "Sondagem Industrial" apresenta também a expectativa dos industriais em relação a outubro. O índice de expectativa com relação à demanda futura recuou de 59,4, em setembro; para 56,6 pontos, este mês. "Mas permanece acima da linha divisória de 50 pontos", adverte a CNI. Já o índice de expectativa de evolução da quantidade exportada recuou de 53,5, em setembro; para 51,5 pontos, em outubro. "A expectativa ainda é de crescimento, mas menos intenso que a prevista em setembro", cita o estudo.

O indicador de expectativa de número de empregados recuou para próximo da linha divisória dos 50 pontos: de 52,0 pontos, em setembro; para 50,6 pontos, em outubro. Esse indicador sinaliza que os empresários não esperam aumento do número de trabalhadores para os próximos seis meses.

Os empresários esperam aumentar as compras de matérias-primas nos próximos seis meses, ainda que em ritmo menor que o projetado em meses anteriores. O índice de expectativa de compras de matérias-primas se reduziu de 56,0 pontos, em setembro; para 54,1 pontos, em outubro, mantendo-se, apesar da queda, acima dos 50 pontos.

As consultas para a elaboração da "Sondagem Industrial" foram realizadas entre os dias 1º e 11 de outubro, envolvendo 2.002 indústrias do Brasil, sendo 792 pequenas, 716 médias e 494 grandes. A íntegra do estudo está disponível no site da CNI.

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