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Ministro Nelson Barbosa, da Fazenda, ainda tem muito trabalho pela frente para concluir o ajuste fiscal. | Jose Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Ministro Nelson Barbosa, da Fazenda, ainda tem muito trabalho pela frente para concluir o ajuste fiscal.| Foto: Jose Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas

Cinco meses após tirar o grau de investimento do Brasil, a agência Standard & Poor’s rebaixou novamente a nota de crédito do Brasil. O rating passou de BB+ para BB e, mesmo assim, a perspectiva permanece negativa.Isto significa que um novo rebaixamento deve ocorrer, com “probabilidade maior que 1 em 3”, informou a agência.

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Em setembro, quando retirou o selo de bom pagador do país, a S&P citou a piora do cenário político e os problemas fiscais – que permanecem até hoje no radar dos investidores. Agora, a agência avalia que os desafios políticos no Brasil continuam crescendo e o processo de ajuste tende a ser mais prolongado agora no país.

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Em comunicado, a agência afirma esperar que entre 2016 e 2018 o deficit público será, em média, de 7% do PIB. A dívida pública ficará em torno de 60% do PIB. Segundo a S&P, o rebaixamento reflete uma piora no perfil de crédito brasileiro desde setembro. “Esperamos um processo de ajuste mais prolongado, com uma correção mais lenta na política fiscal e mais uma ano de contração da economia”, disse a empresa.

Para a agência, a meta fiscal de 2016, de superavit de 0,5% do PIB, está em revisão novamente. Há ainda a percepção de menor compromisso do governo com a política fiscal. Em 2016 e 2017, a agência espera déficit fiscal médio de 8%, com redução para 5% em 2018.

A agência Fitch também rebaixou, em dezembro passado, o rating do Brasil para a categoria grau especulativo. A nota do país foi cortada de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Apenas a agência Moody’s mantém o grau de investimento brasileiro, ainda que a nota esteja em revisão para rebaixamento.

Entenda

O rating, ou nota de crédito, é o resultado da avaliação de uma agência de classificação de risco sobre a qualidade de um título de dívida emitido por uma empresa ou país. O rating indica, portanto, se o emissor é um bom ou mau pagador e quais as chances de acontecer um calote daquela dívida.

Um grande número de fundos de pensão, fundos de investimento e de carteiras de aplicação, por lei ou regulamentação específica, só pode aplicar em títulos seguros, que levam certificado de grau de investimento.

O rebaixamento dos títulos do Brasil implica forte redução de procura por eles, movimento que costuma ser antecipado pelos mercados. Além disso, a redução do preço do título implica alta dos juros. Ou seja, o Tesouro terá de pagar mais pela sua dívida.

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