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O curitibano Gilberto Luiz Amaral é advogado tributarista, consultor de empresas e professor universitário. Mas pode ser melhor definido como um verdadeiro paladino da luta contra os altos impostos no Brasil, que foi adquirindo respeito e prestígio desde 1992, quando fundou o IBPT, em Curitiba. No ano passado, foi um dos responsáveis pelo movimento que fez o governo desistir da MP 232, que elevaria os impostos do setor de serviços.

Gazeta do Povo – O que ocorre quando se desperdiça o dinheiro público?

Gilberto Luiz Amaral – O desperdício emperra o desenvolvimento. O Estado serve para regular os conflitos e dar elementos que possibilitem o desenvolvimento do país, como segurança, educação, saúde, infra-estrutura e outros. Quando o Estado desperdiça os recursos e deixa de cumprir esse papel, exige da sociedade mais dinheiro ainda para fazer isso.

E aumenta os impostos...

Exatamente. O problema é que você não vê o retorno do que pagou em tributos, então tem de recorrer a serviços privados de saúde, educação, segurança, precisa pagar pedágio para ter boas estradas... Na Coréia do Sul, por exemplo, a carga tributária é de 25% do PIB, 12 pontos porcentuais a menos que no Brasil. Mas a educação lá é muito melhor do que aqui. Ou seja, carga tributária mais baixa não significa baixa qualidade dos serviços públicos.

O que explica a baixa qualidade desses serviços no Brasil?

O nepotismo, o empreguismo, a falta de profissionalismo. Tudo isso corrói a confiança das pessoas, desmotiva o setor produtivo a acreditar no poder público. Você não consegue acreditar só na educação pública, ou na segurança pública. E, para piorar, quanto maior o desperdício, e maior a carga tributária, mais nós temos que trabalhar para fomentar um desenvolvimento que não vem.

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