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Cascavel – Suinocultores realizaram um protesto ontem para chamar a atenção das autoridades sobre a crise que o setor enfrenta. O mercado de carne de porco entrou em queda após o anúncio da suspeita de foco de aftosa no estado, em outubro do ano passado, e os produtores pedem uma solução para os impasses que estão atrasando a retomada das exportações de suíno. Eles assaram e distribuíram para a população de Cascavel, no Oeste do Paraná, 3 toneladas de carne. A manifestação foi promovida pela Associação Paranaense dos Suinocultores (APS).

Irineu Vessler, presidente da APS, disse que a constatação de focos da febre aftosa no Mato Grosso do Sul e a suspeita de casos no Paraná fizeram o preço do suíno vivo pago ao produtor despencar de R$ 2,40 o quilo para R$ 1,25. "Baixou para os produtores, mas nas gôndolas dos supermercados não baixou", observa. Segundo ele, cada suíno vai para o frigorífico em média com 100 quilos, o que representa um prejuízo de R$ 115 por animal. O motivo para a queda no preço foi o fechamento de mercados estrangeiros importantes, como a Rússia, após a descoberta da aftosa no país.

O vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suíno (ABCS), Romeu Royer, defendeu o sacrifício imediato dos bois da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, interditada por suspeita de febre aftosa. Com isso o Paraná ganharia o título de área livre da doença dentro de seis meses. "No momento em que esses animais forem sacrificados, com certeza os preços da carne suína começarão a melhorar", observa.

Os produtores de suíno reivindicam, além da solução imediata do impasse criado em torno da aftosa, a renegociação de débitos com prorrogação de dívidas vencidas. Eles também querem a liberação de novos recursos com juros subsidiados, apoio oficial à estruturação de um cadastro nacional da criação de porcos e a inclusão da carne suína na merenda escolar e nos programas de distribuição de alimentos à população carente.

Durante o protesto, as entidades que representam os suinocultores pediram ajuda a políticos da região para melhorar os resultados do setor. Eles querem que haja mais pressão para que os governos federal e estadual sacrifiquem os bois na fazenda onde há o foco de aftosa. O deputado federal Moacir Micheletto (PMDB) disse que tentará marcar uma audiência com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele também pretende criar uma frente parlamentar do setor com outros deputados.

O prefeito de Cascavel, Lísias Tomé, também, prometeu ajuda – disse que tentará marcar uma reunião com técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para viabilizar a criação de um frigorífico regional ligado diretamente aos produtores.

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