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Brasil tinha 7,3 milhões de desocupados no segundo trimestre de 2013, segundo o IBGE | Antônio More/ Gazeta do Povo
Brasil tinha 7,3 milhões de desocupados no segundo trimestre de 2013, segundo o IBGE| Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo

Novo indicador é mais confiável, diz pesquisador

A nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) tem a função de produzir informações contínuas e mais abrangentes sobre a entrada da população no mercado de trabalho brasileiro. Para o professor Cláudio Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp, trata-se de um indicador mais abrangente e, portanto, mais confiável. No entanto, em função da troca de metodologia, Dedecca acredita que serão necessários dois anos para que a Pnad Contínua comece, de fato, a gerar resultados qualitativos. "Em menos de dois anos não é possível ter uma avaliação de boa qualidade", diz.

Hoje, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é feita em 45 mil domicílios por mês apenas nas regiões metropolitanas de Salvador, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Com base nos dados dessas regiões é formada a taxa mensal de desemprego para o país. Já a Pnad tradicional cobria 1.100 municípios brasileiros e 147 mil domicílios por ano. A Pnad Contínua, por sua vez, é feita em 3.464 municípios e 70 mil domicílios por mês.

Segundo o pesquisador Cimar Azeredo, coordenador de Emprego e Rendimento do IBGE, a Pnad contínua foi desenhada para fornecer informações específicas também sobre as unidades da federação, regiões metropolitanas e capitais. Neste primeiro momento, no entanto, devido ao grande volume e complexidade das informações, os resultados abrangem apenas o Brasil e as cinco grandes regiões. A divulgação completa dos resultados está prevista para dezembro de 2014, quando serão apresentados os dados segmentados do ano de 2012, 2013 e 2014 até o terceiro trimestre.

160 milhões é o número de brasileiros em idade para trabalhar no Brasil. Desse total, pouco mais de 61 milhões estão fora da chamada força de trabalho, composta por quase 98 milhões de trabalhadores que formam o contingente de empregados (90,6 milhões) e desempregados do país (7,3 milhões), segundo dados do segundo trimestre de 2013 da Pnad Contínua.

A região Sul registrou a menor taxa de desemprego do país no segundo trimestre de 2013, segundo os dados da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 15 milhões de trabalhadores que compõem a força de trabalho da região, apenas 4,3% estavam desocupados nesse período, contra 4,8% nos três primeiros meses do ano. Em relação ao segundo trimestre de 2012, o desemprego recuou na região.

INFOGRÁFICO: Sul registrou a menor taxa de desocupação do país com 4,3%

A taxa de desemprego da região Sul ficou abaixo do índice nacional, que fechou o segundo trimestre de 2013 em 7,4% contra 8% no primeiro trimestre do ano. O dado da Pnad contínua aponta um porcentual maior de desempregados no país quando comparado ao resultado da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), cuja média para o segundo trimestre de 2013 foi de 5,86%. No confronto entre os segundos trimestres de 2012 e 2013 no cálculo da Pnad, o desemprego ficou estável no país.

A nova pesquisa traz pela primeira vez dados para as grandes regiões do país. A Pnad Contínua vai substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e a tradicional Pnad anual do IBGE. As informações abrangem dados de 3,4 mil municípios das cinco regiões brasileiras e serão divulgadas trimestralmente.

No segundo trimestre de 2013, o contingente de trabalhadores desocupados no país ficou em 7,3 milhões, mantendo-se estável em relação ao segundo trimestre de 2012 e recuando 0,6 ponto porcentual diante do resultado dos três primeiros meses do ano. Já a população ocupada passou de 89,6 para 90,6 milhões de pessoas nesse mesmo período. Na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2013, 1,2 milhão de pessoas ingressaram no mercado de trabalho no país.

Idade e nível de instrução

A Pnad Contínua confirmou uma realidade do mercado de trabalho. Quando se analisa a faixa etária dos trabalhadores, os jovens entre 14 e 24 anos são a maioria dos desempregados no país. A taxa média de desemprego nesse grupo chegou a 19,1%, quase o triplo da média nacional.

A justificativa, segundo especialistas, é a baixa qualificação para assumir postos de trabalho. De acordo com a pesquisa, esse resultado foi verificado em todas as cinco regiões brasileiras. Na região Sul, a taxa média de desemprego entre jovens dessa faixa etária ficou em 13,1% no segundo trimestre de 2013. Em relação ao nível de instrução, a maior taxa de desocupados está entre as pessoas com ensino médio incompleto – 12,7%. Na outra ponta, o grupo com o menor porcentual de desempregados (4,0%) é formado por pessoas que têm ensino superior completo.

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