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A cadeia produtiva leiteira de Castro não gostou nem um pouco de ver o município rebaixado da primeira para a sétima posição no ranking dos maiores produtores nacionais, estabelecido pela Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), divulgada na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas protesto mesmo causou o fato de a sondagem reduzir a menos da metade a produtividade média do rebanho, índice que serve de parâmetro para medir a tecnologia empregada.

De acordo com o IBGE, em 2005 essa produção atingiu 3.527 litros de leite por vaca/ano, enquanto os números da cooperativa Castrolanda, que responde por 90% do leite produzido em Castro, mostram uma relação de 8.400 litros/vaca/ano. A distorção entre os dados do IBGE e a realidade da produção local foi revelada ontem, com exclusividade, pela Gazeta do Povo. Na PPM de 2005 o município aparece com um volume anual de 83,67 milhões de litros, uma produção 34 milhões de litros menor que a verificada em 2004.

Repercussão

A informação repercutiu e provocou manifestações entre as partes. A equipe da Castrolanda dedicou o dia de ontem para atender jornalistas e receber os técnicos do IBGE, que se apressaram na realização da nova sondagem. Para o gerente de pecuária da cooperativa, Mauro Cézar Faria, eles alegaram que houve um erro de digitação. Na sede do instituto, no Rio de Janeiro, a assessoria de comunicação informou que, "pelo menos até o momento, trata-se de um caso isolado." Como nenhum outro município reclamou, a revisão serve apenas para a produção de Castro. O órgão estatal parte do princípio de que o maior interessado em corrigir um possível erro é a parte prejudicada.

Preocupação

O gerente da Castrolanda explicou que tanto a questão do volume produzido como a rendimento médio são referências que atestam questões de tecnologia e que os números equivocados preocupam, "primeiro porque são oficiais, e segundo porque estamos falando de uma bacia reconhecidamente com índice de produtividade". Na avaliação de Faria, Castro não produz somente leite, "mas somos vendedores de genética para o Brasil." A esperança, agora, é que "isso seja revisto e sejam apontados os números corretos o mais rápido possível", disse.

Com relação ao volume de produção, a Castrolanda prevê fechar o ano com 125 milhões de litros. No ano passado foram pouco mais de 117 milhões e, em 2004, 113 milhões. Pelo atual PPM, o primeiro entre os maiores produtores é Ibiá (MG), com 104,42 milhões de litros/ano. Com a revisão dos números em Castro, a produção nacional em 2005 vai ficar próxima de 25 bilhões de litros.

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