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Mercosul

Déficit recorrente com Brasil preocupa Argentina

O chanceler argentino, Héctor Timerman, admitiu ontem que existe preocupação no governo da presidente Cristina Kirchner com o crescente déficit que seu país possui na balança comercial com o Brasil. "Este é um assunto que preocupa a Argentina. É preciso trabalhar para resolver isso", afirmou. O Brasil, em 2010, teve um superávit de US$ 4,09 bilhões com a Argentina, com crescimento de 172% em relação a 2009. A consultoria Abeceb calcula que em 2011 a brecha entre os dois países deve aumentar, com saldo comercial favorável ao Brasil estimado em US$ 5,6 bilhões.

Segundo Timerman, "não é simples ter uma aliança estratégica e, em um momento específico dessa aliança, ter um déficit desta natureza". A balança comercial com o Brasil é deficitária para a Argentina de forma ininterrupta desde 2003.

Agência Estado

O superávit de US$ 424 milhões na balança comercial de janeiro foi comemorado pelo governo, uma vez que desde 2008 o comércio brasileiro não registrava saldos positivos no primeiro mês do ano. Em 2009, janeiro teve déficit de US$ 530 milhões. Em 2010, o resultado foi negativo em US$ 179 milhões. "Nos últimos dois anos não tivemos um resultado dessa magnitude. Em janeiro as exportações cresceram mais do que as importações, e esse superávit nos anima muito para o decorrer de 2011", afirmou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvi­­mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.

De acordo com dados do ministério, a exportação de US$ 15,215 bilhões foi recorde para meses de janeiro, assim como as importações de US$ 14,791 bil­­hões. Mais uma vez, o desempenho das vendas brasileiras ao exterior foi influenciado pelos aumentos nos embarques de minério de ferro, com expansão de 151% ante janeiro do ano passado. O crescimento, no entanto, está diretamente relacionado ao aumento dos preços da commodity (144%) no período, uma vez que a quantidade exportada aumentou apenas 8% no mesmo período de comparação.

Para o secretário, porém, apesar da concentração das exportações em commodities, é positivo o fato de o país ter avançado nas vendas em todos os segmentos. "O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de bens naturais e isso não vai mudar. Mas temos conseguido incorporar valor agregado. Eu estaria preocupado se estivéssemos crescendo em básicos e diminuindo em manufaturados", completou.

Teixeira também destacou o aumento dos embarques de autopeças e veículos, principalmente para os países do Mercosul, África e Estados Uni­­dos. Segundo o secretário do MDIC, o desempenho das vendas para a União Europeia também foi positivo, refletindo a recuperação das economias da região. Pelo lado das importações, os destaques continuaram nas compras de máquinas e equipamentos, além do crescimento de automóveis. "A estrutura das importações continua dentro da mesma linha", comentou Teixeira.

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