O dono de uma das grandes cadeias de supermercados da Argentina avisou neste sábado que a alta do dólar repercutirá nos produtos com preço pactuado com o governo para atenuar a inflação, enquanto o executivo insiste que aumentará os controles para evitar remarcações injustificadas.
"A subida do dólar evidentemente fará oscilar o acordo de preços", advertiu o supermercadista Alfredo Cerrado durante a inauguração de um estabelecimento na província de Mendoza, no oeste do país.
Ontem, o secretário de Comércio, Augusto Costa, se reuniu com empresários do setor em meio a brusca queda do peso argentino, que fechou em 8 para US$ 1 após uma semana negra na qual acumulou queda de 17,47%, baixas que não eram vistas desde a crise de 2002.
Costa apresentou aos supermercadistas e fornecedores as medidas que o governo tomará para monitorar o cumprimento das tarifas estipuladas para os bens de primeira necessidade que compõem a "cesta básica oficial".
Os valores desta lista de produtos - que abrange desde alimentos a artigos de farmácia - foram pactuados no princípio do ano entre o governo e os principais atores do setor como medida para atenuar a elevada inflação.
"O governo não vai permitir que apareçam condutas irracionais em matéria de preços porque temos instrumentos e ferramentas necessários para evitar qualquer ação dos setores especulativos", declarou o secretário à imprensa local após a reunião.
As quedas abruptas do peso, que o governo tratou de frear ontem com o anúncio da suspensão parcial às restrições de compra de moeda estrangeira criaram uma dúvida sobre os preços, especialmente, dos produtos importados.
Durante a quinta-feira, as agências de viagens suspenderam a venda de pacotes internacionais diante da "recusa dos operadores" de aceitar os pagamentos, explicaram a Agência Efe fontes do setor. As dificuldades se estenderam para compras em tecnologia e automóveis
Segundo os números oficiais, a inflação na Argentina chegou a 10,9% em 2013. No entanto, para as consultorias privadas o aumento acumulado dos preços ao consumidor foi de 28,38%.
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