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Produtos à venda em supermercado de Curitiba: na internet, o preço pode ser diferente | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Produtos à venda em supermercado de Curitiba: na internet, o preço pode ser diferente| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Procon

Consumidor tem direito de se arrepender da compra

As regras para as compras de mantimentos em supermercados virtuais são as mesmas de qualquer aquisição feita pela internet: o consumidor tem garantido o direito de arrependimento. A coordenadora estadual do Procon-PR, Claudia Silvano, lembra que o direito está garantido no artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, que diz que "o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial".

Ela alerta ainda para outros cuidados em relação à compra online. "Outra recomendação é que o consumidor, no momento da entrega do produto, verifique o prazo de validade e se não há nenhuma embalagem aberta ou amassada", ressalta Claudia.

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Quais as vantagens e desvantagens de comprar mantimentos pela internet? O que te motivaria a adquirir produtos em supermercados on line?

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29% ao ano deve ser o crescimento dos supermercados on line no Brasil, de acordo com pesquisa da KPMG

"Se colocar no papel o tempo gasto para estacionar, comprar e descarregar os produtos, além do que o consumidor gasta por impulso, a taxa de entrega não fica alta."

Ana Paula Mussi Cherobim, professora de Administração da UFPR

Fazer as compras de supermercado pela internet pode ser até 57% mais caro do que ir até uma loja da rede. De quatro empresas que atuam no mercado virtual em Curitiba pesquisadas pela reportagem, todas elas apresentavam diferenças de preços – o que chama a atenção em uma das redes que apresentou uma única diferença entre os preços, de 33%, é que o produto mais barato estava sendo vendido pela internet (veja mais no gráfico). As divergências, porém, podem ser compensadas porque, segundo especialistas, a compra pela internet é mais racional e o consumidor economiza.

A reportagem levantou, no dia 8 de outubro, preços dos supermercados Muffato, Mercadorama, Angeloni e Pão de Açúcar, e de suas respectivas lojas virtuais, em 20 produtos, utilizando dados do Disque-Economia, serviço da prefeitura de Curitiba que permite ao consumidor comparar preços em divesos supermercados.

Nas quatro redes analisadas havia diferenças de preços, sendo a mais expressiva encontrada no Angeloni, onde um quilo de detergente em pó custava R$ 4,45 na loja do bairro Vila Izabel e R$ 6,99 na internet – 57% mais caro. Por outro lado, o site do Pão de Açúcar vendia um pote de maionese em um valor 33% mais barato que na loja física – não foi o único caso de produtos mais baratos na internet.

José Luiz Meinberg, professor de e-commerce do ISAE/FGV, ressalta que as diferenças acontecem porque cada mercado tem sua política de preços, composta do custo do produto, da margem da empresa e dos impostos. "Se a empresa tem interesse em fazer com que a loja virtual venda mais, ou o contrário, ela pode mexer em um desses pontos para fazer um preço mais atraen­­te", explica.

Canais

As diferenças acontecem, segundo Henry Lira, coordenador do Disque-Economia, porque são canais distintos e mesmo lojas da mesma rede apresentam valores que não são os mesmos. "É um outro segmento, que, mesmo sendo da mesma rede, apresenta diferenças, não é homogêneo. Além disso, muitas vezes as lojas vir­­tuais não têm a mesma disposição das lojas físicas. Esse é um serviço muito recente e ainda há poucas redes atuando no mercado on line, tornando a concorrência pequena", avalia. "O diferencial não é nem a taxa de en­­trega, mas sim o atendimento", acrescenta.

Economicamente, porém, a compra on line tem suas vantagens, segundo a professora de Administração da UFPR Ana Paula Mussi Cherobim. Ela ressalta que a compra virtual é mais racional porque no supermercado on line a compra por impulso diminui, pois o consumidor não está exposto a todos os produtos. Além disso, explica a professora, conforme o carrinho vir­­tual vai enchendo, o consumidor consegue ver o preço total da compra, que, se estiver muito acima do esperado, pode ser diminuída.

"Se colocar no papel o tempo gasto para estacionar, comprar e descarregar os produtos, além do que o consumidor gasta por im­pulso, a taxa de entrega não fica alta. É caro para quem compra pouco, para as compras do dia a dia. Nas compras semanais e mensais, vale muito a pena", analisa.

Vendas devem superar R$ 4,2 bilhões neste ano

O Brasil é o país que terá o maior crescimento no setor de supermercados on line nos próximos anos, entre 11 analisados. Junto com a Índia, o comércio no setor, que movimentou ano passado R$ 3,3 bilhões, deve crescer 29% ao ano até 2014. O dado foi levantado pela KPMG Internacional, que realizou uma pesquisa recentemente sobre os supermercados on line.

Entre outros aspectos, a pesquisa mostra que depois de roupas, livros e alguns outros produtos, como eletrônicos, a compra de mantimentos está surgindo como a categoria que mais cresce no varejo on line.

A KPMG Internacional pontua ainda os principais fatores que impulsionam ou impedem o crescimento do setor. Entre os pontos positivos estão a conveniência, os preços competitivos e o aumento do uso de smartphones. Já entre os pontos negativos estão o ceticismo dos consumidores, a falta de promoções e de interação pessoal, o atraso nas entregas e o temor sobre a segurança no momento da entrega em casa.

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