A regulamentação do trabalho aos domingos e uma possível mudança na lei federal que permite a abertura do comércio nesses dias da semana provocaram mais um embate entre o comércio e os sindicatos dos funcionários do setor. Os supermercados ameaçam deixar de funcionar aos domingos e demitir até 170 mil trabalhadores. A discussão começou depois que os sindicatos propuseram ao governo a edição de uma medida provisória que altere as folgas aos domingos. A atual lei federal prevê uma folga aos domingos a cada três trabalhados. O sindicato propôs a escala de um trabalhado por um de folga.
Já a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), ao mesmo tempo em que propôs o rodízio de dois domingos trabalhados por um de folga, divulgou pesquisa encomendada ao Ibope, que aponta que 73% dos brasileiros fazem compras aos domingos. O levantamento, realizado em sete capitais, revela que 71% da população aprova a abertura do comércio nesse dia. Em 2003 esse índice era de 59%.
O presidente da Abras, Sussumu Honda, afirmou que a compensação de uma folga para cada domingo trabalhado tornaria inviável o funcionamento dos supermercados, porque o custo com a mão-de-obra não compensaria a manutenção dos empregos. Neste caso, ele afirma que as redes demitiriam entre 15% e 20% dos atuais 850 mil funcionários no país, o que pode alcançar 170 mil pessoas.
De acordo com a entidade, que fala também em nome da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Associação Paulista de Supermercados (Apas) e do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), a mudança na escala dos funcionários será discutida hoje, em reunião entre representantes do setor, inclusive dos empregados, e o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, em Brasília.
"Estamos avançando com essa proposta", afirmou Honda. Segundo a entidade, o domingo gera 12% do faturamento dos supermercados e é o segundo melhor dia de vendas para o segmento, depois do sábado.
O superintendente da Associação Paranaense dos Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, diz que a entidade é favorável à abertura aos domingos. "É uma tendência mundial. É uma oportunidade de compra e também uma alternativa de entretenimento."
O superintendente da Apras diz que, para atender ao pedido dos trabalhadores, seria necessário contratar mais funcionários. "Pode ser que isso inviabialize o funcionamento nos domingos. Mas não temos um estudo do impacto para as empresas", diz. "E, por outro lado, se tivermos que fechar, haverá demissões."
O trabalho aos domingos é permitido por lei federal regulamentada em 2000. Em todo o Brasil, o segmento supermercadista emprega cerca de 850 mil pessoas. De acordo com Honda, da Abras, no de shopping centers são mais 700 mil empregados.
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