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O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse acreditar que as operadoras devem retomar as vendas dentro de 15 dias. Para ele, esse é um prazo "mais que suficiente" para que as empresas apresentem soluções, planos de investimento e convençam de que vão melhorar os indicadores, avaliou o ministro nesta segunda-feira (23).

Segundo bernardo, o governo brasileiro não quer "demonizar as empresas de telefonia ou tratá-las como vilãs". A ponderação foi feita considerando que as companhias precisam manter uma boa relação com os consumidores, "porque são eles que pagam a conta".

Bernardo lembrou que o setor investiu R$ 20 bilhões no Brasil no ano passado, mas ainda assim as reclamações dos usuários sobre os serviços prestados levaram a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a suspender a venda de novas linhas de TIM, Claro e Oi nos estados em que lideram o ranking de insatisfação dos clientes.

"Nossa visão é que nós tínhamos que adotar medidas extremas que não são para ser usadas todos os dias. A Anatel tomou a medida que tinha que fazer e, embora seja drástica, o critério foi ponderado, pois o consumidor não ficou sem opções em nenhum estado", afirmou o ministro.

Para o ministro, o fato de a TIM ter entrado na Justiça contra a suspensão de venda de novas linhas em 19 estados não muda o tratamento que a companhia recebe do governo e da Anatel. "Entrar na Justiça é um direito de todas as empresas. A TIM optou por esse caminho e isso não vai impedir um diálogo, mas também não quer dizer que vamos compactuar com a situação. Tanto que convencemos o juiz que negou a liminar à empresa."

O ministro também comentou que a embaixada da Itália em Brasília ligou para o ministério na semana passada, durante sua viagem aos Estados Unidos. Segundo Bernardo, o secretário executivo César Alvarez foi orientado a responder que o processo "não tem nada a ver com a diplomacia".

"Isso é um problema do consumidor brasileiro com as empresas. O fato de a TIM estar aqui no Brasil há 15 anos não significa que iremos tratá-la melhor ou pior, até porque para todos os efeitos é uma empresa nacional", acrescentou. Bernardo confirmou que o presidente da Telecom Itália - que controla a TIM -, Franco Barnabé, planeja visitar o país nos próximos dias.

O ministro ainda revelou que possui um aparelho celular da TIM, que ficou sem 3G durante todo o dia na última sexta-feira. "E hoje fiz duas ligações para Curitiba que caíram no meio da conversa", detalhou. "Não temos nada contra a TIM, mas achamos que a qualidade do serviço não está boa no momento."

Prazo

Apesar de achar que o prazo de 15 dias "razoável", Bernardo disse que não haverá interferências, por parte do ministério, sobre a agência.

"Não vou ligar e perguntar se eles não vão liberar as empresas. Não estamos com pressa, quem esta com pressa são eles. Ninguém vai pressionar a Anatel. Ninguém vai dar um jeitinho", disse.

Na tarde desta segunda, o ministro recebeu o presidente da Claro, Carlos Zenteno. A empresa defendeu que está apresentando todas as medidas e que espera que haja celeridade, por parte da agência, na análise da Anatel, para que não fique mais tempo do que o necessário sob punição.

"Eu já falei que tem que ser o mínimo de tempo possível. Não temos, por exemplo, que resolver a questão no mesmo dia para todas. Quem for mais ágil e contentar a equipe técnica da Anatel, vai voltar a vender primeiro", disse Paulo Bernardo.

O ministro evitou comentar qual a empresa ele acredita estar mais empenhada ou preparada para apresentar o plano primeiro.

Bernardo disse apenas que todas estão em contato com a Anatel e que ele próprio vai conversar com João Rezende, presidente da agência, para esclarecer que a empresa que tiver o plano pronto precisará da atenção da área técnica para verificar se as vendas podem ser retomadas. "Uma não tem que esperar as outras", disse.

Até o momento, apenas a Claro agendou conversa com o ministro das Comunicações. "Se outra empresa quiser conversar, pode vir", disse.

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