• Carregando...

A TAM, maior companhia aérea do país, sofreu no segundo trimestre um prejuízo líquido de R$ 28,64 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ R$ 97,1 milhões obtido um ano antes. O número marca o primeiro prejuízo trimestral da empresa em quase dois anos.

O balanço foi pressionado por aumento de custos que não foram compensados por crescimento na demanda e nas receitas em um trimestre marcado por atrasos, cancelamentos de vôos e filas em aeroportos. Na véspera, a rival Gol divulgou lucro de R$ 157 milhões, baseado em créditos fiscais de R$ 200 milhões relaciados à compra da Varig. Mas sem esta receita extra, a Gol teria tido prejuízo, que a empresa atribuiu a problemas da crise aérea do país.

O aumento nas despesas da companhia, impulsionado por gastos maiores com combustíveis, pessoal e tarifas aeroportuárias, levou ao resultado, já que não foi acompanhado em mesmo ritmo pelas receitas.

No trimestre, as despesas da TAM aumentaram 28,5% em relação ao mesmo período de 2006, chegando a R$ 1,93 bilhão. A receita bruta cresceu 12,6%, para R$ 2,05 bilhões. A receita líquida, por sua vez, aumentou 13,7%, atingindo R$ 1,96 bilhão.

Despesa cresceu mais que receita

Entre abril e junho, a companhia viu aumentar em 26,2% suas despesas com combustíveis, para R$ 641 milhões. No período, embora o querosene de aviação tenha ficado em média 9,8% mais barato, houve um aumento de 39,9% no consumo da empresa, por conta do aumento de suas operações domésticas e internacionais.

Também para sustentar essa expansão, a TAM foi obrigada a elevar em 78,5% sua força de trabalho. Assim, ante o segundo trimestre de 2006, houve um aumento de 50,7% nos gastos com pessoal, para R$ 308,9 milhões.

Esses dois grupos de despesas são os que mais pesam no balanço da TAM. No segundo trimestre de 2007, nenhum outro teve alta percentual tão grande quanto os gastos com pessoal. No caso das despesas com combustíveis, a expansão registrada é apenas superada pela folha de pagamento e pelos 42,7% de aumento (para R$ 103,8 milhões) no gasto com tarifas de pouso, decolagem e auxílio à navegação, que se elevou em função do volume 12,3% maior em decolagens da companhia.

A necessidade de abrir novas bases, especialmente no exterior, elevou as despesas com outros serviços e operações em 143,8% entre os segundos trimestres de 2006 e 2007, que chegaram a R$ 197,8 milhões. Paralelamente, as despesas com vendas e marketing aumentaram 19,4%, para R$ 233,6 milhões.

No lado das receitas, houve queda de 4,7% nos ganhos com a operação de vôos domésticos, de R$ 1,22 bilhão no segundo trimestre de 2006 para R$ 1,17 bilhão em igual período deste ano. Nos vôos internacionais, a TAM elevou em 61,4% seu faturamento, que chegou a R$ 531 milhões, muito por conta do processo de expansão nesse mercado que se intensificou após a segunda metade do ano passado.

Mudança de critério

A TAM alterou no trimestre passado critério de contabilização de hedge e por isso, no balanço apresentado à Comissão de Valores Mobiliários, o lucro do ano passado aparece ajustado ao novo critério, somando R$ 133,7 milhões. Sem essa alteração, o resultado do ano passado foi positivo em R$ 97,1 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização e leasing de aeronaves (Ebitdar, na sigla em inglês) somou R$ 252,37 milhões, queda em relação aos R$ 435,66 milhões registrados um ano antes. A margem despencou de 25,1% um ano antes para 12,8%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]