• Carregando...

Cascavel – A taxa tecnológica paga pelo produtor para usar a semente de soja transgênica nesta safra será 40% mais barata que a do ano passado. Os royalties cobrados pela multinacional Monsanto, detentora da tecnologia Roundup Ready (RR), passaram de R$ 0,50 para R$ 0,30 por quilo de semente certificada.

A medida deve estimular os produtores a plantar soja transgênica, disse Ivo Carraro, diretor-executivo da Cooperativa de Pesquisa Agrícola (Coodetec), com sede em Cascavel, que recebeu anteontem a equipe de técnicos e jornalistas do projeto Rumos da Safra. No ano passado, a área coberta com soja transgênica no Paraná ficou em torno de 19%, segundo a Monsanto.

A exemplo dos técnicos da Embrapa Soja, em Londrina, o diretor da Coodetec prevê um grande aumento de área cultivada com soja transgênica. Ele acredita que mais de 50% dos 3,9 milhões de hectares dedicados ao grão devem ser cobertos com semente geneticamente modificada.

Carraro prevê ainda que haverá redução na pirataria de sementes. "Fica mais barato pagar a taxa tecnológica na compra da semente legal do que (a indenização) na comercialização do grão", considera.

A Monsanto confirma o novo preço dos royalties e diz que a redução "pretende estimular o uso de sementes legais nas lavouras". O novo valor teria sido estipulado depois de discussões com as lideranças da cadeia produtiva da soja. No ano passado, em todo o país, foram vendidas aproximadamente 2,4 milhões de sacas de sementes certificadas de soja transgênica.

O valor da taxa tecnológica na safra 2005/06 era de R$ 0,88, segundo a Monsanto. Na prática, porém, a cobrança foi de R$ 0,50. Os R$ 0,38 restantes, repassados à cooperativa ou ao multiplicador de sementes a título de despesas operacionais com a soja geneticamente modificada (OGM), não foram cobrados do produtor.

Outra mudança para este ano é que a venda da semente certificada não fica condicionada ao pagamento da taxa tecnológica no ato da compra. O valor do Direito de Propriedade Intelectual (DPI) pode ser pago por meio de um boleto bancário, emitido quando o produtor retira o produto na revenda.

O acordo fechado entre a multinacional e o comércio de sementes oferece prazos para o pagamento. O diretor da Coodetec explica que o produtor tem três opções. A primeira é pagar o boleto até 31 de dezembro – neste caso, o valor da taxa tecnológica será equivalente a 1% da produção. Se o produtor comprou semente legal, mas preferiu pagar os royalties no final da safra, o custo tecnológico vai representar 1,56% do resultado financeiro da colheita (desconto de 22% sobre os 2% por ter adquirido produto certificado). Na terceira alternativa se encaixam aqueles que utilizaram semente "salva" ou "pirata", que precisam pagar 2%.

Rumos da Safra

A equipe do projeto Rumos da Safra, que esta semana passou pela região Oeste do estado (Cascavel e Toledo), chega hoje a Pato Branco (Sudoeste). Amanhã, a expedição estará em Guarapuava (Centro-Sul). A última etapa da sondagem, que tem por objetivo fazer um acompanhamento da safra 2006/07, ocorre na próxima semana, nos Campos Gerais. As reportagens serão publicadas no caderno Caminhos do Campo, em outubro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]