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OGX cancelou cinco plataformas depois de descobrir que poços eram inexploráveis

A interrupção do contrato com a Techint foi anunciada depois que a OGX, petroleira do grupo de Eike, constatou que é inviável explorar três dos seus poços de petróleo do campo Tubarão Azul, na Bacia de Campos (RJ). O anúncio acarretou no cancelamento de cinco plataformas que já estavam contratadas pela petroleira - uma delas da Techint.

Na oportunidade, a OSX, responsável pelas plataformas, admitiu que 70% da injeção de US$ 449 milhões seriam destinados para honrar o pagamento dos dois projetos de plataformas restantes. Uma delas está sendo contruída pela própria empresa de Eike Batista e outra pela multinacional sediada em Pontal do Paraná.

A filial da empresa multinacional Techint em Pontal do Paraná, que constrói plataformas para a exploração de petróleo, demitiu centenas de funcionários na última semana. Cerca de 700 trabalhadores, de um total de dois mil, foram desligados da empresa após o grupo de Eike Batista, OSX, promover um corte de gastos generalizado na maior parte de seus projetos.

As informações foram confirmadas pelo procurador do município do litoral paranaense, Carlos Eduardo Marim. Segundo ele, a maioria dos funcionários demitidos não morava em Pontal. Eles eram trabalhadores com mão de obra qualificada especificamente para trabalhar na construção de plataformas.

"Os funcionários daqui eram, em sua maioria, soldadores e (exerciam) outras funções que exigem menor qualificação profissional. Agora estamos pensando em alguma reposição, com a tentativa de que novas empresas se instalem na cidade. Temos em vista uma de engenharia naval, e na medida do possível vamos tentar recolocar essas pessoas no mercado de trabalho", afirmou.

Um dos demitidos é o paraense Joenderson da Conceição, que veio de Belém e trabalhou por nove meses como lixador na Techint. "Estou um pouco decepcionado. Agora vou voltar para minha terra e procurar outra oportunidade na minha região".

O procurador alerta ainda que os setores do comércio, como restaurantes, e de serviços, como pousadas, devem ser os mais afetados. "A cidade tinha se planejado para atender essas pessoas, há um impacto social direto [demissões] e na economia da cidade. Mas ainda existem em torno de 1,5 mil trabalhadores que estão trabalhando na Techint. Houve uma retração, não uma paralisação", ressalta.

O Restaurante da Ivete, situado na região do estaleiro, registrou queda imediata no movimento. Eram servidas 300 refeições por dia aos trabalhadores da multinacional e hoje são 50. A rede de hotéis Dubai, que atende a Techint, também sentiu os reflexos da crise, com queda de 20% nas suas ocupações.

A demissão em massa ocorreu após a OSX anunciar a interrupção à encomenda de uma das duas plataformas que a multinacional ítalo-argentina Techint está construindo na cidade do litoral paranaense. Os contratos somam R$ 1 bilhão e foram os principais responsáveis pelo investimento de R$ 300 milhões que a Techint fez na retomada de seu canteiro de obras de Pontal (leia mais no box acima).

Outro lado

Em função de uma cláusula contratual com o cliente, a Techint não pode confirmar o número de demitidos e a causa dos desligamentos. Em nota, a empresa justifica que o projeto de construção da plataforma cancelada será readequado de maneira que não seja mais necessária uma maior concentração de funcionários.

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