Instituição multidisciplinar de base educacional e tecnológica, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) aposta na produção de medicamentos para conquistar a autonomia financeira nos próximos três anos. Hoje, a unidade industrial responde por 40% do faturamento da instituição. Foram R$ 96 milhões em 2014 e a previsão é fechar com R$ 120 milhões este ano. Para atingir o desempenho, o Tecpar renovou e ampliou contratos de fornecimento de vacinas e medicamentos para o Ministério da Saúde (MS), o principal parceiro do instituto.
O laboratório paranaense é o único fabricante da vacina antirrábica do país. Este ano, serão entregues R$ 15 milhões do medicamento ao MS, 50% a mais do que o ano passado. Pesquisas recentes com o imunológico permitiram a melhoria dos resultados da fórmula, que hoje contém 1% de proteína e prazo de validade de 24 meses.
Em média, a proporção de proteína em vacinas é de 7%. “A proteína é o que pode gerar reação adversa no indivíduo. A nossa tem 1% e estamos em processo de registro de uma fórmula com 0% do componente”, adianta o diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix. Uma parceria com o ministério vai permitir a ampliação das instalações. O projeto está em fase de licitação e a obra deve ser concluída em dois anos.
A nossa estratégia é investir na qualidade da saúde do brasileiro e contribuir para isso com nossos produtos e pesquisas.
Outra linha importante de medicamentos do Tecpar na área veterinária é a de antígenos para diagnóstico de brucelose e tuberculose bovina, exigidos para o controle sanitário do rebanho nacional. O instituto também detém a exclusividade da fabricação e fornecimento dos kits, distribuídos em todo o país por meio das secretarias estaduais de agricultura.
Em outro segmento, uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) garante a produção do Kit Nat, usado em testes de qualidade aplicados em doações de sangue. “A nossa estratégia é investir na qualidade da saúde do brasileiro e contribuir para isso com nossos produtos e pesquisas”, diz o executivo. O Tecpar atua também no controle da qualidade da merenda escolar e na análise de resíduos de agrotóxicos na produção agrícola do estado.
Novas parcerias
Cinco novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) do instituto estão sob análise do Ministério da Saúde. Quatro são de medicamentos: os biológicos Adalimumabe e Infliximabe, para tratamento de artrite reumatoide, psoríase e outras doenças crônicas, parceria com a empresa russa Biocad; a Somatropina, utilizada como hormônio do crescimento, com a alemã Merck, e o Salbutamol, para controle da asma, com a britânica GSK. Há ainda um projeto para desenvolvimento de um aparelho auditivo retroauricular e intra-aural, com a suíça Sonova.
O laboratório já trabalha em três PDPs: o Bevacizumabe, usado no tratamento de diversos tipos de câncer e degeneração macular; a cola de fibrina, selante obtido por rota biotecnológica, e o Rede Cegonha, para a montagem de kits de medicamentos que tratam a mortalidade materna e neonatal.
Convênios com universidades mantêm desenvolvimento
Para dar suporte ao desenvolvimento de novas tecnologias, além de uma equipe própria de pesquisadores, o Tecpar mantém convênios com universidades estaduais e centros de pesquisa. “Essa capacidade de trabalho em cooperação é uma das características que nos garante bons resultados”, avalia o diretor-presidente, Júlio Felix.
O instituto assumiu, por exemplo, o laboratório farmacêutico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e já estuda, juntamente com o Ministério da Saúde, novos projetos para a unidade. Depois de concluídas as obras de adequação das instalações, o Tecpar deve iniciar o desenvolvimento de uma linha de anti-retrovirais. Ainda na UEPG, outra parceria com o laboratório de medicina ajuda a fazer os testes clínicos dos produtos do Tecpar. Convênio semelhante é feito com o Hospital Universitário da Universidade Estadual de Maringá. A unidade faz parte da rede nacional de testes clínicos e também ajuda a avaliar os novos produtos do Tecpar.
Até o início de 2016, o Tecpar deve retomar ainda, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã, a produção da vacina quádrupla brasileira. O medicamento faz parte do calendário nacional de vacinação e é aplicado para imunização de sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
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