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Cansado da bateria de seu celular descarregar justamente naquela hora em que não há nenhuma tomada por perto? No futuro, essa cena deve se tornar cada vez mais rara, com a criação de equipamentos com telas que não apenas mostram imagens, mas também geram sua própria energia. Duas tecnologias já estão em andamento: uma aplicável aos telefones celulares, fazendo com que suas baterias durem mais do que atualmente, e outra que pode levar ao desenvolvimento de quadros de avisos eletrônicos auto-suficientes.

Segundo o site da revista "New Scientist", a criação de novas telas está sendo direcionada por duas patentes recentes. A Motorola garantiu sua parte com uma tela de cristal líquido que incorpora um painel solar. Já a Nokia criou uma tela de avisos recarregável cujas células atuam com duas responsabilidades: formar a imagem e gerar energia.

A novidade da Motorola foi criada para ir de encontro à crescente necessidade de energia por parte dos telefones celulares. Com cada vez mais funções sendo incorporadas -– como acesso sem fio à internet, câmeras de vídeo, tocadores digitais e localização via GPS -– suas baterias de lítio começaram a ter dificuldades para se manter. Para dar-lhes um maior tempo útil entre as cargas sem aumentar o tamanho ou o peso do equipamento, fabricantes tentaram encaixar células solares atrás das telas LCD. Segundo o Zili Li, engenheiro da Motorola, isso não teve sucesso, porque o LCD absorve a maior parte da luz antes que ela possa alcançar as células.

Sua resposta ao problema foi propor a construção da tela de LCD com filtros de cores feitos a partir de uma película de um polímero que reflete apenas bandas estreitas do vermelho, azul e verde. Isso é o suficiente para fornecer uma coloração adequada para a tela e também permite que luz suficiente chegue às celulas solares, gerando energia para a bateria do telefone. A empresa não divulgou quando a tecnologia deve chegar aos consumidores.

Tamanhos maiores

Enquanto isso, a Nokia construiu um protótipo de uma tela para um quadro de avisos eletrônico auto-suficiente. A chave para esse projeto, segundo seu inventor, Zoran Radivojevic, é o uso de nanopartículas de dióxido de titânio para gerar a imagem e extrair a energia da luz.

As células que formam a tela estão comprimidas com essas partículas, que variam de uma forma sem cor para o preto com a aplicação de uma voltagem. No estado sem cor, as células geram uma voltagem quando atingidas pela luz, o que pode ser utilizado para direcionar uma corrente e carregar a bateria. Para tornar o pixel preto, o controle eletrônico da tela reverte a corrente e aplica uma voltagem da bateria nas nanopartículas.

Como cada célula de imagem está comprimida com um grande número de nanopartículas, a resolução da tela pode ser tanto ultrafina, para telas pequenas de alta-resolução, quanto muito grossas, para telas no modelo de quadro de avisos. Estas não custarão nada para serem colocadas em funcionamento, e como não precisam de nenhuma energia de fontes externas, não terão contribuição nas emissões de carbono. Mesmo assim, apesar da possibilidade de sucesso das iniciativas, especialistas acreditam que esses equipamentos só darão certo se seus desenvolvedores puderem combiná-los com a qualidade de imagem das telas atuais.

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