São Paulo (Folhapress) As empresas de telefonia foram mais uma vez a maior dor de cabeça do consumidor. Levantamento do Procon de São Paulo mostra que em 2005 as empresas de telefonia móvel e fixa ficaram nas cinco primeiras posições do ranking negativo das reclamações. A tendência se repete em outros estados. Segundo dados do Procon Paraná, as queixas sobre telefonia fixa e celular fazem com que o setor de serviços se mantenha pelo sexto ano consecutivo no topo das reclamações.
No ano passado, a operadora de telefonia móvel Claro encabeçou o rol de críticas em São Paulo, com 1.035 reclamações registradas no estado. A Vivo ficou na segunda posição (870), seguida da Embratel (591), Telefônica (503) e Vésper (398).
O Procon classifica as reclamações no setor de telefonia como "crônicas". Explica-se: pelo menos nos últimos cinco anos, o assunto telefonia figurou entre as principais queixas dos consumidores. No caso da telefonia celular, as principais queixas são o atraso na emissão de faturas, a clonagem de linhas telefônicas, além do prazo de carências superiores a 12 meses e elevadas multas em caso de rescisão, somados à falta de postos de atendimento.
Segundo Eunice Prudente, diretora-executiva do Procon, na luta pela competição, as operadoras acabam oferecendo mais do que de fato podem arcar. Ela cita a oferta de planos e aparelhos com novas tecnologias que, no entanto, não têm suporte suficiente. "No caso da Claro, houve aumento da oferta de aparelhos GSM, mas se verificou uma falta de preparo para atender os clientes", disse.
Na telefonia fixa, que tiveram novos contratos de concessão assinados no fim do ano passado, a cobrança indevida é o principal alvo das críticas, seguida da forma de tarifação, chamadas não-reconhecidas, falta de detalhamento da conta telefônica.
Segundo Selma do Amaral, assistente da diretoria de atendimento do Procon, ao menos para os clientes de empresas de telefonia fixa há pouca esperança de melhora nos próximos anos. Segundo ela, a renovação dos contratos, que devem vigorar pelos próximos 20 anos, os prazos de discussão foram exíguos. Ela critica ainda o adiamento da conversão pulso para minuto e do detalhamento da conta telefônica por um ano. "São motivo de vergonha. O consumidor quer a maior transparência da conta", disse.
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