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O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou nesta quinta-feira que o país economizará US$ 345 milhões em juros com a compra antecipada de todo o estoque de títulos da dívida externa brasileira renegociados em 1994, os chamados 'bradies', decisão anunciada mais cedo. Esses papéis têm vencimento original até 2009 e 2024. A preços atuais de mercado, o saldo remanescente destes títulos é da ordem de US$ 6,64 bilhões, mas Levy explicou que o desembolso efetivo do Tesouro Nacional será menor. Isto porque dois dos papéis (PAR e Discount) têm garantias colaterais de títulos do Tesouro americano. Ao quitá-los antecipadamente, o Brasil conseguirá a liberação de US$ 1,5 bilhão referente a essas garantias.

- O desembolso líquido deve ser da ordem de US$ 5 bilhões - afirmou Levy, acrescentando que a recompra será efetivada no dia 15 de abril próximo.

Segundo Levy, o país 'está virando uma página' com essa decisão.

- A renegociação da dívida externa feita em 1994 se refere, na verdade, ao default do Brasil anunciado em 1987. Assim, virando a página dos anos 80. Muita gente não se lembra deles, mas eles existiram e deixaram marcas - disse.

Levy lembrou que a decisão de antecipar a compra dos bradies faz parte da política para melhorar o perfil da dívida externa. Em agosto do ano passado, houve a troca dos antigos C-Bonds. Há duas semanas, o governo anunciou a recompra de outros papéis com vencimento até 2010. Neste período de sete meses, o Tesouro Nacional estima que tenha conseguido eliminar da dívida externa cerca de US$ 12,3 bilhões, valor considerando já a operação anunciada nesta quinta-feira de compra antecipada de bradies.

- Estamos avançando sem pressa. Aproveitando as oportunidades de mercado e fazendo bom uso das nossas reservas internacionais - disse Rodrigo Azevedo, diretor de Política Monetária do Banco Central.

A dívida externa bruta do governo é estimada hoje em US$ 87 bilhões. Levy diz que este valor deve ir agora para cerca de US$ 80 bilhões com essa operação de recompra.

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