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Tombini vê meta do superávit como difícil, mas factível | WIilson Dias / ABR
Tombini vê meta do superávit como difícil, mas factível| Foto: WIilson Dias / ABR

Juros

Tombini rebateu a acusação de ter retardado o aumento dos juros básicos em função das eleições para presidente da República. Segundo ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 11% ao ano na reunião de setembro, às vésperas das eleições, por entender que a melhor opção era não reduzir a taxa na estratégia de conduzir a inflação para o centro da meta.

O custo de vida deve ficar ainda mais alto nos próximos meses, alertou ontem o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, cujas declarações movimentaram o mercado. O recado foi passado de uma maneira muito clara, como poucas vezes se observou em sua gestão à frente do BC, iniciada em 2011. A promessa é a de que, após atingir um pico em 2015, a inflação comece a desacelerar. Ajudará nesse processo, de acordo com o presidente do BC, uma guinada na política fiscal com as metas da nova equipe econômica. "Entendo que não deveria ser tomado como surpresa, nos próximos meses, um cenário que contempla inflação acima dos níveis em que atualmente se encontra", avisou. O IPCA fechou novembro com alta de 6,56% em 12 meses, acima do teto da meta de inflação (6,5%). Tombini afirmou que o BC trabalhará para baixar o nível de inflação no ano que vem, mas a convergência para o centro da meta só deve ocorrer em 2016. A partir daí, acredita o presidente, os preços permanecerão controlados por muitos anos.

O discurso de Tombini no Congresso vem em linha com a decisão do BC de aumentar em 0,5 ponto porcentual da taxa básica de juros, a Selic, na semana passada. Causou estranhamento, porém, ele ter deixado de lado a palavra "parcimônia", interpretada pelo mercado como senha de que o Copom não adotaria altas agressivas de juros. O termo foi retomado no comunicado que se seguiu à decisão de elevar a Selic a 11,75% ao ano – um ritmo mais forte que o anterior – na reunião de outubro, o BC subiu os juros em 0,25 ponto porcentual.

IPCA

Por trás dessa expectativa de mais inflação, Tombini bateu na tecla novamente de que os preços controlados pelo governo devem ser reajustados mais fortemente no próximo ano. O mesmo vale para o dólar, que tem subido desde outubro. "A política monetária deve evitar que esses ajustes se espalhem para o resto da economia na forma de aumento persistente da inflação", sentenciou.

Tombini disse estar "convencido" de que após "um curto interregno" a inflação passará por um "longo período de declínio" e atingirá o centro da meta de 4,5%. Para controlar os preços, o BC conta com suas próprias ferramentas, como a alta dos juros, e com o compromisso do ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy, de reduzir os gastos públicos. Em 2015, a intenção é economizar 1,2% do PIB para pagar o serviço da dívida pública. "É um número duro; na realidade, difícil, mas factível", considerou.

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