O comércio concentrou o maior volume de reajustes superiores à inflação medida pelo INPC no semestre. O aumento real foi obtido por 91% dos comerciários. Essa posição privilegiada pertence historicamente à indústria, que nos últimos meses registra quedas nas exportações por conta do dólar baixo, e conseqüente redução na produção. O setor industrial negociou ganho real em 84% das campanhas salariais. No setor de serviços, os trabalhadores garantiram ganho real em 77% dos casos. Para Sandro Silva, economista do Dieese no Paraná, o número reflete o poder do consumo interno na conjuntura econômica atual, que acaba beneficiando o comércio. Mas, para ele, o baixo crescimento econômico não permite esperar altas muito maiores nos salários. A expectativa de crescimento do PIB para este ano é de 3,5% a 4%. "Teríamos de crescer mais de 5% ao ano para que isso realmente tivesse impacto positivo no mercado de trabalho", diz. (HC)
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