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Os dez piores

Saiba quais os setores com mais dificuldade para contratação na avaliação do secretário do Trabalho e Emprego de Curitiba, Paulo Bracarense

1 – Supermercados

2 – Construção civil

3 – Tecnologia da Informação

4 – Gastronomia

5 – Hotelaria

6 – Logística

7 – Transporte

8 – Saúde

9 – Educação

10 – Administração de Empresas

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O cenário se repete semana a semana nas agências do trabalhador do Paraná: surgem vagas de emprego que ninguém quer assumir. Ou até quer, mas não é qualificado o bastante para ser contratado pelas empresas. Entre os setores que mais enfrentam essa dificuldade estão o de supermercados e o de construção civil.

O secretário municipal do Trabalho e Emprego de Curitiba, Paulo Bracarense, ressalta, entretanto, que a culpa não é só dos pretendentes às vagas, que são acusados de não se qualificarem adequadamente para o mercado de trabalho. As empresas que contratam, diz o secretário, também têm responsabilidade na defasagem de profissionais em seus quadros, já que não os capacitam de maneira adequada. "As pessoas qualificadas às vagas estão se tornando raridade. A rotatividade é muito grande. Falta às empresas entender que a responsabilidade também é deles. Elas têm de se adaptar ao empregado", afirma. Segundo Bracarense, as empresas que investem em treinamentos e qualificação interna são as que têm tido melhor resultado financeiro.

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Em Maringá, a situação é a mesma. O diretor da Agência do Trabalhador do Município, Maurílio Mangolin, explica que não há um controle sobre as vagas, mas que alguns setores específicos acumulam oportundidades. Na cidade, as empresas de construção civil, transporte e frigorífico são as mais afetadas.

A empresa de transporte coletivo em que a psicóloga Fabiana Lotterman trabalha na cidade busca 40 motoristas para completar o efetivo. Mesmo com anúncios em jornais, quase ninguém apareceu. "Surgiram muitas empresas no ramo e acabaram atraindo os profissionais. Há cinco anos, mais ou menos, quando nós colocávamos anúncios nos jornais, chovia gente. Quase não cabiam os candidatos aqui. Hoje, a contratação está complicada".

Dificuldades

A pedido da Gazeta do Povo, Bracarense listou os dez setores com maior dificuldade para contratação no Paraná. O mais problemático é o setor de supermercados. "As empresas estão fazendo ações para conseguir contratar alguém. A rotatividade é muito grande. Além disso, as pessoas acham que não é preciso se qualificar para ser padeiro, peixeiro, confeiteiro, por exemplo", explica.

Em segundo lugar, está a construção civil. Para ele, o setor sofre com a estigmatização de algumas funções, como pedreiro e carpinteiro. "A construção civil, historicamente, atrai pessoas com pouco estudo. No entanto, é preciso se preparar da mesma forma que em outros setores. Os processos hoje são outros", ressalta.

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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Maringá (Sintracom), Jorge Moraes, que também é mestre de obras há 37 anos, afirma que não há mais profissionais da região nos canteiros da cidade. "Não existe gente no mercado. Todas as empresas daqui estão com este problema. Elas estão tendo que buscar gente de fora, do Nordeste, para trabalhar aqui. Às vezes, buscam até do Haiti."

Na lista de empregos rejeitados também estão os setores de gastronomia (chefes de cozinha, por exemplo), hotelaria (arrumadeiras e atendentes), logística (entregadores), transporte (motoristas), saúde (agentes de saúde e auxiliares de enfermagem), educação (professores e educadores em geral) e a administração de empresas (auxiliares administrativos).