Veja infográfico com a comparação, de 2010 e 2011, dos lucros das empresas| Foto:

Copel planeja disputar quatro usinas em leilão

A Copel pretende disputar a concessão de quatro usinas hidrelétricas no leilão que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza em 20 de dezembro. Os projetos são São Manoel (700 megawatts) e Sinop (400 MW), ambas em Mato Grosso, no Rio Teles Pires; São Roque (147 MW), em Santa Catarina; e Cachoeira-Caldeirão (219 MW), no Amapá. Caso a companhia consiga obter as concessões, deverá investir cerca de R$ 8 bilhões, segundo o presidente, Lindolfo Zimmer. A Copel também não descarta entrar em outros investimentos na área de geração de energia eólica. A empresa atualmente participa da construção de quatro parques eólicos no Rio Grande do Norte.

Das empresas abertas paranaenses, a Copel tem os números mais impressionantes. A receita no terceiro trimestre superou R$ 2 bilhões e o lucro ficou em R$ R$ 345,7 milhões, um aumento de 19,5% sobre o mesmo período do ano passado.

A empresa registrou no terceiro trimestre um aumento de 22,7% nos gastos com pessoal. Essa despesa inclui uma provisão para as indenizações do Programa de Substituições e Demissões Voluntárias (R$ 51 milhões), provisão para pagamento de participação em lucros e resultados (R$ 70 milhões) e o impacto do reajuste de 6,5% para os funcionários (R$ 33 milhões).

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Interior de hidrelétrica da Copel: benefícios fiscais fizeram lucro da empresa crescer quase 20% no trimestre
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Por razões distintas, as duas companhias abertas paranaenses ligadas ao setor de tecnologia foram as que mais sofreram no trimestre passado, de acordo com os informes publicados na última semana. A Bematech, que atua em hardware, software e prestação de serviços no segmento de automação comercial, acusou um prejuízo de R$ 51,2 milhões, decorrente de uma reestruturação realizada para encerrar o processo de incorporação de empresas adquiridas nos últimos anos. A Positivo Informática registrou lucro líquido de R$ 3,2 milhões, 79% menor que o do mesmo perío­do do ano passado. A queda no preço médio dos produtos e o impacto da alta do dólar foram os fatores que mais influenciaram para esse resultado.

No caso da Bematech, a reestruturação incluiu a reversão no balanço do ágio pago em duas aquisições feitas pela companhia nos últimos anos, das empresas M2W e GSR7. Assim, os valores, antes contabilizados como investimento, foram marcados agora como despesa (de R$ 69 milhões). "Simplificando, isso significa que aquelas empresas não valeram tudo o que foi pago", explica Luiz Augusto Pacheco, analista da boutique de investimentos Inva Capital. Trata-se, portanto, de um prejuízo contábil, que não reflete o desempenho operacional da empresa.

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No caso da Positivo Infor­­­má­­­tica, a competição acirrada entre as empresas do setor tem derrubado o preço médio dos computadores. No terceiro trimestre de 2010, os PCs da empresa custavam, em média, R$ 1.298,40. Neste ano, no período julho-setembro, o valor ficou em R$ 946,30 – 27,1% a menos. Como resultado, os ganhos têm diminuído. "Esse é um segmento muito competitivo, que evolui com rapidez. A Positivo tem feito um trabalho muito bom para se manter líder nesse ambiente", observa o analista Eduardo Dias, da Omar Camargo Investimentos.

Além disso, o aumento da cotação do dólar no trimestre passado causou perdas de R$ 15,3 milhões para a empresa, que tem uma fatia considerável dos fornecedores em países da Ásia e clientes concentrados no Brasil – ou seja: compra em dólar e vende em real. Segundo o relatório da empresa, a moeda americana apreciou-se em 18,8% ao longo do trimestre, sendo que a variação concentrou-se, principalmente, na última quinzena de setembro. Pacheco, da Inva Capital, destaca melhorias no balanço da Positivo nos campos de estoques, caixa e capital de giro.

No outro lado da questão cambial está a Providência, fabricante de não tecidos com sede em São José dos Pinhais. A empresa tem tanto receitas como despesas impactadas pelo câmbio, de modo que a entrada de recursos provenientes de clientes estrangeiros anula os efeitos do endividamento denominado em dólares.

O Paraná Banco teve uma redução nos lucros da ordem de 16,5%, ficando em R$ 24,6 milhões no trimestre. A administração da empresa atribui a variação a dois fatores: uma mudança na forma de registro das despesas relacionadas com o crédito consignado e uma contribuição menor dos resultados na área de seguros. Este foi o primeiro balanço completo em que o resultado do Paraná Banco não incluiu a totalidade das receitas com seguros – a instituição formalizou, em 20 de junho, a venda de 43,4% de sua seguradora para a norte-americana Travelers.

A empresa de logística ALL lucrou R$ 91,3 milhões,com alta de 1,33%. "É uma empresa estável, que tem mostrado melhoras constantes em sua eficiência operacional", diz Dias, da Omar Camargo.

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