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Soldados libaneses entraram nesta terça-feira em uma cidade praticamente destruída durante a guerra entre Israel e o Hezbollah. Em veículos blindados, caminhões e jipes, as tropas foram à cidade xiita de Bint Jbeil, onde aconteceram alguns dos piores combates no Sul do Líbano.

- Estamos muito felizes. Ninguém pode ocupar o lugar do Estado - disse Jamila Shami, de 55 anos, que esperava os soldados com uma bandeira do Líbano e arroz para jogar sobre eles.

Os soldados também entraram nos vilarejos cristãos de Ain Ebel, Debel e al-Qouzeh, que foram pouco atingidos durante os 34 dias de conflito. Os combates foram interrompidos por uma trégua que entrou em vigor no dia 14 de agosto.

A Unifil, força de paz interina da ONU que está atuando em conjunto com os Exércitos israelense e libanês, confirmou que as tropas israelenses haviam se retirado de Bint Jbeil e da região em torno da cidade. Uma declaração da Unifil também afirmou que Israel violou oito vezes o espaço aéreo libanês em 24 horas.

Apesar dos apelos da ONU para que o bloqueio aéreo e marítimo sobre o Líbano seja suspenso, Israel disse que vai mantê-lo até que o Hezbollah seja impedido de voltar a se armar.

A entidade também deverá mediar as negociações para uma possível troca de prisioneiros. O seqüestro de dois soldados israelenses por guerrilheiros do Hezbollah foi o estopim do recente conflito.

A Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que instituiu a trégua, proíbe os outros países de fornecerem armas ilegais para o Líbano, mas as forças da ONU só podem ajudar a policiar as fronteiras do Líbano com a Síria e a costa se o governo libanês requisitar esse tipo de ajuda.

O governo libanês já preparou um pedido formal à ONU, mas uma fonte oficial disse que ele só será entregue quando o bloqueio for suspenso.

O premier libanês, Fouad Siniora, disse em nota que fez uma série de contatos na noite de segunda-feira com autoridades da ONU, da Alemanha, dos EUA e da Arábia Saudita e que o bloqueio deve ser suspenso logo.

Siniora afirmou ter informado os interlocutores da alegação libanesa de que o bloqueio viola a resolução 1701. Também destacou o papel das forças alemãs no policiamento da costa, a pedido do Líbano. A Alemanha já prometeu enviar uma força naval, mas está esperando o pedido formal de Beirute.

Segundo o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, Israel deve concluir a retirada do Líbano quando houver 5.000 soldados de paz mobilizados na região, contingente que deve ser atingido em no máximo duas semanas, segundo a Unifil.

A Unifil deve chegar a 15 mil integrantes, para atuar junto com o mesmo número de soldados libaneses numa zona do Sul do país que ficaria livre da presença de Israel e do Hezbollah.

O mandato da Unifil não inclui o desarme do Hezbollah. O líder do grupo guerrilheiro disse na terça-feira que seus combatentes vão manter a presença clandestina, mas que não lançarão foguetes contra Israel e que só reagirão a um ataque de grandes proporções.

"A situação no sul do Líbano vai voltar à estabilidade dos últimos seis anos(...) com a diferença de que o Exército é quem será o responsável por enfrentar as violações israelenses, e não a resistência", disse Sayyed Hassan Nasrallah, líder supremo do Hezbollah, ao jornal "As-Safir".

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