• Carregando...
Agência fechada, em Curitiba: mesmo aquelas que estão funcionando mantém faixas e avisos | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Agência fechada, em Curitiba: mesmo aquelas que estão funcionando mantém faixas e avisos| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Decisões judiciais temporárias permitiram que as agências dos bancos Itaú, Bradesco e HSBC fossem abertas ontem na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), mesmo durante a greve dos bancários, que entrava no nono dia. Os três mandados expedidos por varas diferentes do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRTPR) se basearam nos argumentos das empresas sobre funcionários estarem sendo impedido de trabalhar pelos grevistas.

Chamados de mandados (ou interditos) proibitórios, os documentos foram entregues por oficiais de Justiça ao Sindicato dos Bancários e Região entre quinta-feira e ontem. Outros dois bancos – Santander e Banco do Brasil – aguardam o julgamento de pedidos similares feitos ao tribunal. As entidades de classe (sindicato e Federação dos Bancários do Paraná) adiantaram que recorrerão das decisões; o prazo para apresentar defesa é de 10 dias.

A notificação permitiu que agências do Itaú e do Bradesco (cujas decisões saíram na quarta) reabrissem portas ontem na capital. As agências do HSBC devem voltar a funcionar na próxima segunda. Das oito unidades do Itaú e do Bradesco verificadas ontem no Centro de Curitiba pela Gazeta do Povo, apenas uma permanecia fechada – o Itaú na esquina das ruas Desembargador Westphalen e Pedro Ivo.

Demais agências nas ruas Comendador Araújo, Visconde de Nácar, Marechal Deodoro e XV de Novembro atendiam normalmente. No caso do Itaú da avenida Marechal Floriano Peixoto, a reabertura ocorreu já na tarde de quinta. Consultados pela Gazeta, Itaú e Bradesco preferiram não se manifestar sobre a reabertura das agências. Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informou não ter detalhes porque as ações judiciais partiram das empresas.

Como mesmo agências abertas permanecem com faixas e adesivos da mobilização dos trabalhadores, a procura foi baixa. A intenção do sindicato é manter os avisos, diz o presidente da entidade, Otávio Dias. "Os juízes enfatizaram [nos mandados] que os trabalhadores têm direito à greve. Por isso, retomaremos na segunda a rotina de convencer funcionários", diz.

Processos têm a mesma argumentação

Pelo menos desde 2009, ano a ano as greves dos bancários na RMC registram interditos proibitórios causados por ações impetradas pelas instituições financeiras. O motivo também se repete: o argumento de que os grevistas impediram funcionários de trabalhar por meio de bloqueios nas portas ou de coerção.

As três empresas apresentaram neste ano ao TRT-PR, a título de prova, fotografias e atas de cartórios contendo depoimentos de funcionários. As fotos mostram cartazes fechando portas de agências. Já os funcionários afirmam terem sido barrados ou impedidos de entrar por bloqueios. No dia 20, disse um bancário, a entrada da agência do HSBC no bairro Xaxim teria sido fechada por um carro.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias, as acusações não são verdadeiras. "É praxe que as empresas pressionem funcionários de bancos privados para que concedam esses depoimentos", afirma. "Eles sabem que se não fizerem isso serão demitidos".

Em sua decisão para o caso Itaú, a juíza Morgana de Almeida Rocha afirma que as manifestações "não podem impedir o acesso ao trabalho daqueles que não se manifestarem a favor do movimento paredista". Ela também cita o direito à greve por "meios pacíficos". As multas definidas pelo tribunal em caso de desobediência vão de R$ 5 mil a R$ 50 mil por dia.

Colaborou Antonio Senkovski.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]