Tanto as turbulências políticas quanto econômicas que o país enfrenta afetam o desempenho da economia, afirmou nesta terça-feira (1) a gerente de Contas Trimestrais da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Claudia Dionísio.
Mais cedo, o órgão federal informou que o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu 4,5% no terceiro trimestre ante igual período de 2014, o maior recuo nessa base de comparação na série histórica, iniciada em 1996.
“A turbulência política tem impacto. Só não temos como mensurar quanto foi”, afirmou Claudia, no encerramento da entrevista coletiva sobre os resultados do PIB, na sede do IBGE, no Rio.
A gerente do IBGE destacou que o órgão não trabalha com o conceito de recessão, mas reconheceu que os indicadores ficaram mais negativos no terceiro trimestre. “No terceiro trimestre, a retração foi maior e generalizada”, resumiu Claudia.
PIB do Paraná cai menos que o nacional
Segundo o Ipardes, comportamento do agronegócio evitou retração mais forte da economia local
Leia a matéria completaO IBGE evita fazer comentários sobre o desempenho da economia no ano como um todo, pois ainda não tem dados completos sobre o quarto trimestre, mas Claudia admitiu que é esperado que a paralisação da produção da mineradora Samarco desde o rompimento de duas barragens de rejeitos de mineração em Mariana (MG), no último dia 5, afete o PIB da indústria extrativa, que teve o melhor desempenho no terceiro trimestre, pela ótica da oferta, com crescimento de 4,2% ante o terceiro trimestre de 2014.
Necessidade de financiamento
A necessidade de financiamento do país recuou de R$ 60,2 bilhões no terceiro trimestre de 2014 para R$ 39,9 bilhões no terceiro trimestre deste ano, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais divulgados pelo IBGE.
“A gente está com uma necessidade menor de financiamento externo. A contribuição externa está bem positiva, mais por conta da queda nas importações. Então isso favorece o resultado”, disse Claudia Dionísio.
O déficit externo era de R$ 33 bilhões no terceiro trimestre de 2014, passando a R$ 8 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma redução de R$ 25 bilhões. “A gente está exportando mais do que recebendo bens e serviços”, explicou Claudia.
Por outro lado, a renda enviada ao resto do mundo piorou. O montante de remessas subiu de R$ 28,7 bilhões no terceiro trimestre do ano passado para R$ 34,8 bilhões no mesmo período deste ano, um aumento líquido de R$ 6,2 bilhões.
Claudia explicou que a taxa de juros no país aumentou no período, remunerando mais aplicações de estrangeiros. “Estamos pagando mais juros do que antes. Foi mais juros e dividendos do que lucros”, contou a pesquisadora do IBGE.
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
-
Comandante do Exército pede fé nos princípios democráticos e na solidariedade do povo
Meta fiscal mais frouxa do governo Lula piora expectativas e mercado joga juros para cima
Rebaixamento da meta aumenta desconfiança sobre as contas do governo Lula
Incertezas do Brasil fazem exportador deixar dólar no exterior e elevam pressão sobre câmbio
FMI amplia projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2024 e 2025
Deixe sua opinião