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São Paulo – Os problemas da economia americana voltaram a assombrar os mercados mundiais ontem, provocando nova onda de turbulências pelas bolsas, da Europa ao continente americano. A rede Wal-Mart foi apontada por analistas como o "pivô" do nervosismo – a empresa rebaixou sua perspectiva de lucros para este ano e apontou para uma piora nas condições financeiras de seus clientes. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve forte queda ontem, de 2,9%, e fechou aos 50.912 pontos – seu nível mais baixo desde 24 de maio.

O dólar comercial foi negociado a R$ 1,985. Com acréscimo de 2,1%, a moeda americana chegou a seu nível mais alto desde maio. Na Europa, os principais pregões encerraram a terça-feira em baixa: na bolsa de Londres a retração foi de 1,21% e em Paris 1,61%. Nos Estados Unidos, a Bolsa de Nova York finalizou em queda de 1,57%.

O mercado não resistiu a um noticiário fortemente negativo. Alguns analistas viram indícios de que o Wal-Mart já conta com uma piora do mercado de crédito por conta dos "subprimes". A perspectiva de um contágio dos problemas com os créditos imobiliários de alto risco foi a senha para uma nova jornada de perdas, que afeta diretamente as economias emergentes. Além disso, a gestora de recursos Sentinel Management anunciou o congelamento de US$ 1,5 bilhão de seus fundos, à semelhança do banco francês BNP Paribas, o que deu combustível para o pessimismo de investidores e analistas sobre a continuidade da crise.

No Brasil, esse movimento pode ser visto no fluxo de investimentos estrangeiros, que está negativo em quase R$ 5 bilhões no acumulado deste ano, sendo R$ 1,5 bilhão somente em agosto.

Preocupação

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que está apreensivo com a extensão da turbulência dos mercados financeiros internacionais. Embora mantenha a posição de que a economia brasileira tem fundamentos sólidos, afirmou estar preocupado em saber até onde vai o período de fortes oscilações. "Eu estou olhando menos o dólar e mais a turbulência internacional. Estamos atentos para ver se ela não tem implicações no Brasil. Aqui só afetou o mercado de juros", diz. "O dólar subiu um pouco, mas não é um problema. O problema é saber até onde vai essa turbulência."

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