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Heinz e Hilka Ewert, de Witmarsum:  resgate da rotina dos colonos alemães pioneiros | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Heinz e Hilka Ewert, de Witmarsum: resgate da rotina dos colonos alemães pioneiros| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

Colônia

Rotina de imigrantes alemães ganha vitrine

Heinz Ewert tem um sítio na colônia Witmarsum, de origem alemã, em Palmeira, que ensaia os primeiros passos no turismo de experiência. O sítio é candidato a entrar na Rota dos Tropeiros devido à presença da colonização alemã. Ewert se dedica ao turismo há 17 anos e recebe em média 500 visitantes por mês.

O sítio Bauernhaus, que significa Casa de Colono, tem objetos usados pelos pioneiros, além de horta, pomar, criação de pequenos animais, uma fabriqueta de embutidos e um restaurante. Ele e a esposa, Hilka, que é finlandesa, se encarregam de falar tudo sobre a cultura dos imigrantes aos visitantes, principalmente estudantes vindos de excursões.

Ewert soube do turismo de experiência há pouco tempo e pretende por em prática algumas iniciativas, como ensinar os turistas a tirar leite de vaca e a encher uma linguiça na fábrica de embutidos. Para isso, vai ampliar o barracão e a minifazenda.

Lucro

Modelo pode aumentar renda das propriedades

Estudos do Sebrae mostram que o segmento de experiência aumenta a rentabilidade das propriedades em 20%. "O empreendedor agrega valor e isso se reflete na satisfação do turista", comenta a consultora Nádia Terumi Joboji.

Para Heinz Ewert, da colônia Witmarsum, em Palmeira, o turismo pode ser desenvolvido na áreas rurais reduzidas. "Em uma propriedade de 10 a 20 hectares, a sobrevivência só com a agricultura é difícil. No turismo, com dois hectares, é possível chegar a um faturamento de R$ 100 mil a R$ 150 mil por ano", diz.

Para a diretora-executiva do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS) da região da uva e do vinho, no Rio Grande do Sul, Marcia Ferronato, há mercado para todos. "O segmento de experiência ajuda acriar oportunidades únicas para o visitante, mas o empreendedor precisa ser bastante criativo", comenta.

Viver a cultura local. Este é o objetivo do turismo de experiência, conceito que pretende incrementar os empreendimentos do setor. A primeira experiência brasileira foi no Rio Grande do Sul, que criou um turismo interativo nos parreirais gaúchos. O Sebrae está de olho nos Campos Gerais para criar mais um destino turístico ligado ao turismo de experiência.

Munido de informações garimpadas em sites e redes sociais, o turista não se contenta apenas com a contemplação das paisagens. "Ele quer vivenciar a história do lugar que visita", explica a consultora do Sebrae Nádia Terumi Joboji. Assim, em 2006, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS) da região da uva e do vinho no Rio Grande do Sul colocou em prática o conceito do turismo de experiência, levando visitantes para conhecer a produção do vinho, com a exploração de parreirais e vinícolas. Hoje, há 23 empreendimentos que usam essa metodologia na rota da uva e do vinho.

Com o apoio do Sebrae e do Ministério do Turismo, em 2010, o projeto do turismo de experiência foi levado para mais quatro destinos nacionais: a Costa do Descobrimento, na Bahia; Belém, no Pará; Bonito, no Mato Grosso do Sul e a Serra Carioca, no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério do Turismo, são 140 empresas do setor que se encaixam no conceito nestes cinco destinos brasileiros.

Para fomentar o empreendedorismo, o Sebrae Nacional fez no final do ano passado uma pesquisa com outros destinos com potencial para desenvolver o segmento. Foram elencados a Rota dos Tropeiros, no Paraná, que compreende a região dos Campos Gerais; Areia, na Paraíba; o Vale do Café, no Rio de Janeiro; e novas oportunidades em Belém, no Pará; e Bonito, no Mato Grosso do Sul. Nos Campos Gerais, o Sebrae visitou nove estabelecimentos.

A implantação de uma rota turística no estado configurada como turismo de experiência ainda está no começo, mas a região tem iniciativas interessantes. "Os empreendedores já adotaram a prática intuitivamente. Mesmo sem conhecer o conceito, eles estudam melhores formas de atender aos clientes e agregar valor aos seus negócios", comenta Nádia. Na região, a história ligada à imigração europeia e ao tropeirismo podem ser exploradas no turismo.

Crescimento

Entre 2003 e 2009, a renda do setor de turismo cresceu 32,4%, conforme a pesquisa Economia do Turismo, publicada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O turismo gerou, em 2009, R$ 103,7 bilhões. O número de empregos cresceu 10,5% no período, chegando a 5,9 milhões de ocupações em 2009.

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