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| Foto: EMMANUEL DUNAND/AFP

No implacável mercado das redes sociais, a vida é ingrata se você não é Mark Zuckerberg. Sob a sombra do onipresente Facebook, que atinge hoje 1,59 bilhão de usuários no mundo e conquistou uma receita de R$ 17,9 bilhões em 2015, outras plataformas têm penado para convencer usuários e investidores de que ainda são relevantes e podem gerar lucro. No centro das atenções está o Twitter, que chega aos 10 anos mês que vem em meio aos esforços para se distanciar da trajetória de redes como o Orkut ou MySpace.

Infográfico:compare o desempenho das redes sociais

No consolidado de 2015, o Twitter viu seu número de usuários aumentar em 9% e a receita subir 58%, fazendo o prejuízo líquido da empresa fechar o ano em US$ 521 milhões. Os números não seriam tão ruins se vistos isoladamente, mas se tornam tímidos aos olhos dos investidores, diante da rede de Mark Zuckerberg – mesmo que as empresas tenham propostas e perfis de usuários bem diferentes.

Passamos os últimos seis meses reestruturando a organização e nossa equipe de liderança para seguir adiante com maior agilidade e foco. (...) Estamos focados agora no que o Twitter faz melhor: o tempo real. Twitter é ao vivo: comentários ao vivo, conexões ao vivo, conversas ao vivo.

Jack Dorseyco-fundador e atual CEO do Twitter

As dificuldades do Twitter ganharam uma maior dimensão com a divulgação de que, no último trimestre de 2015, o número de usuários estacionou em 320 milhões, no mesmo patamar do trimestre anterior. O resultado evidenciou a dificuldade da rede em angariar novos simpatizantes e a resposta veio na Bolsa: hoje, o valor de mercado da empresa é de US$ 11,8 bilhões, a metade de um ano atrás.

A empresa tenta mostrar que pode virar o jogo. Desde julho de volta ao cargo de CEO, o co-fundador do microblog Jack Dorsey fez mudanças internas e implantou novas funcionalidades, que mais causaram estranheza do que empolgação entre os usuários (leia abaixo).“Na tentativa de recuperar receita e público, o Twitter está se deformando, de uma forma que não vai agradar o seu atual usuário heavy user nem aquele que está no Facebook“, afirma a diretora do Grupo Polvo, especialista em marketing digital, Carla Faria Del Valle.

Boa parte dos internautas têm migrado para redes sociais “recém-nascidas”, como Snapchat e o Pinterest, que já valem tanto quanto o Twitter, segundo estimativas. As novas redes, por outro lado, não estão na Bolsa e, assim, não têm a obrigação de divulgar números, fugindo do escrutínio da mídia e dos investidores. O LinkedIn, por exemplo, que fez seu IPO em 2011, também viu suas ações despencarem no início desse mês, o que representou uma perda de mais de US$ 9 bilhões em valor de mercado – isso porque a empresa divulgou que o crescimento da receita publicitária caiu de 56% para 20% no quarto trimestre de 2015, o que fez a rede divulgar uma previsão de receita para 2016 abaixo da prevista por analistas.

“Os casos de Facebook e Google, que conseguiram ser bem sucedidos como negócio devido à publicidade, são dois entre milhares. A chance de outra rede sobreviver por meio de receita publicitária é muito pequena. A grande sacada é buscar formas de se monetizar além disso, por meio de novos negócios, o que vai ser crucial para o Twitter nos próximos anos”, avalia o coordenador dos cursos de Administração e Gestão em TI da Fiap, Claudio Carvajal Jr.

Zuck curtiu isso

Pesquisa da consultoria eMarketer mostra que, neste ano, pela primeira vez, mais da metade da população dos Estados Unidos estará conectada ao Facebook. A expectativa é que 50,3% dos habitantes do país usem a rede social em 2016, porcentual que aumentará para 53,1% em 2020. O Twitter, por outro lado, deve passar de uma penetração de 17,5% para 21,1% na mesma base de comparação.

#riptwitter

Depois do Moments, uma espécie de curadoria dos assuntos publicados na rede, o Twitter anunciou neste mês a utilização de um algoritmo que escolhe mensagens por relevância e mostra conteúdos publicados quando o usuário estava offline. Mesmo que a opção não seja obrigatória, a ferramenta gerou críticas, já que um dos diferenciais do Twitter sempre foi publicar os posts em ordem cronológica – ao contrário do Facebook, que filtra os conteúdos.

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