Embora estejam mais sólidos e capitalizados, os bancos brasileiros foram castigados pela tempestade financeira que assolou o mundo nas últimas semanas. Na segunda-feira (29), com o pânico instalado nas bolsas mundiais, o valor de mercado das instituições nacionais atingiu o menor nível desde 2006. De maio (pico de alta) até agora, o preço dos bancos recuou US$ 111 bilhões, para US$ 149 bilhões, segundo levantamento da consultoria Economática.

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Os bancos que mais sofreram com o mau humor dos investidores foram os de pequeno e médio portes, que fizeram lançamento de ações recentemente. O valor de mercado do Banco Cruzeiro do Sul, por exemplo, recuou 81,6% em relação ao pico de alta - de US$ 1 578 bilhões para US$ 290 milhões. A segunda maior queda, conforme o levantamento, foi verificada no Pine, cujo preço de mercado caiu 76,9% - de US$ 1,183 bilhão para US$ 273 milhões.

Para o professor de finanças do Ibmec São Paulo, Domingos Pandeló, bancos médios devem sentir mais os efeitos da crise internacional que os grandes. A explicação está na diversificação das operações. "Os bancos médios têm maior concentração na captação de recursos, o que traz mais volatilidade."

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Entre as grandes instituições, o Unibanco teve a maior queda no valor de mercado, de 58%. De qualquer forma, o movimento não reflete a solidez do sistema bancário nacional, explicam especialistas. "As experiências do passado, como a quebra de bancos na década de 90 e a derrocada do Banco Santos, fortaleceram os bancos privados. Hoje, eles estão mais capitalizados e menos alavancados", afirmou o presidente da consultoria EFC, Carlos Coradi.

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