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O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduziu nesta quarta-feira (29) em um ponto percentual - para 10,25% ao ano - a Selic, taxa de juros referência para a economia brasileira. A redução ficou dentro das expectativas dos analistas.

Confira abaixo o que dizem economistas e entidades sobre o corte:

Guido Mantega, ministro da Fazenda

"Toda vez que a Selic cai, eu fico feliz. Está na direção correta."

Roberto Luís Troster, economista

"Todo mundo acertou. Totalmente dentro das expectativas. Acho que foi uma das reuniões mais consensuais do Copom. O grande desafio agora é fazer esse recorde de taxa chegar à ponta, ao consumidor final. O governo pode pressionar os bancos para redução da taxa final."

Carlos Daniel Coradi, consultor EFC Engenheiros Financeiros e Consultores

"Não tem efeito sobre a inflação. O que interessa para os empresários é o juro na ponta, o juro que pagam no cheque especial, o juro que você paga no cartão de crédito quando é obrigado a parcelar. Esse juro tem é crescido nos últimos 12 meses e a taxa Selic tem abaixado. Então, a Selic não tem correlação com a taxa de juros real praticada pelos bancos para os clientes pessoa física e jurídica.".

Roberto Vertamatti, vice-presidente da Anefac

"Essa era a estimativa da maioria do mercado. Acho que continua a tendência de na próxima reunião ficarmos com a Selic abaixo dos dez pontos. A decisão reflete a necessidade do momento: não temos problema de inflação para os próximos meses e precisamos reaquecer a economia."

Marcos Crivelaro, professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) e da Faculdade Módulo

"O BC tem três medos: se baixasse a taxa em 1,5 ponto ficaria abaixo dos 10% e ia dar problema na caderneta de poupança, de estar rendendo mais que o Tesouro Direto e que os fundos de renda fixa. Outro problema: devido à artificialidade da redução de IPI, estão achando que o consumo está sendo retomado, que está tendo bolha de consumo. O terceiro é a retomada a inflação. Por causa desses três medos, não baixou em 1,5 ponto."

Paulo Pereira da Silva, deputado federal e presidente da Força Sindical

"É muito tímida. Um pouco mais de ousadia traria enormes benefícios para o setor produtivo. É um absurdo esta mesmice conformista dos tecnocratas do Banco Central que insistem em reduzir os juros a conta gotas."

Abram Szajman, presidente da Fecomercio-SP

"A taxa de juros média no mundo está entre 4,5% e 5%. Nos Estados Unidos, Japão e Europa essa média está abaixo de 2%. Comemorar que a Selic caiu de 11,25% para 10,25% parece ser resignação demais."

Armando Monteiro Neto, deputado federal e presidente da CNI

"Os níveis de produção, emprego e as concessões de crédito ainda se mostram acentuadamente abaixo dos níveis registrados no período pré-crise", apontou. Ele considerou o corte positivo, mas aquém das espectativas.

Fecomércio-RJ

"A magnitude do corte não condiz com a necessidade do país de retomar investimentos, fomentar o consumo das famílias e combater o desemprego. Ainda que a economia brasileira tenha dado importantes sinais de recuperação nesses últimos meses, é cedo para diminuir o ritmo da flexibilização monetária."

Miguel Torres, presidente Sindicato dos Metalúrgicos São Paulo

"A decisão foi acertada pois a trajetória de queda dos juros contribui para elevar o nível de confiança do setor produtivo. O corte, porém, é muito tímido. Uma redução mais ousada criaria expectativas favoráveis aos investimentos, à produção e à manutenção dos empregos."

Paulo Godoy, presidente da Abdib

"Apesar da queda da Selic e da liberação dos compulsórios, as instituições estão mantendo os recursos alocados, em grande medida, em operações compromissadas de curto prazo no mercado." A entidade considerou a decisão do Copom como "acertada".

Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

"O Copom frustrou, mais uma vez, as expectativas das centrais sindicais e contrariou os interesses nacionais com a decisão de reduzir em apenas um ponto. Com esta conduta, o comitê em nada contribui no combate à crise econômica."

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