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Veja os números das vendas de automóveis desde o ano passado |
Veja os números das vendas de automóveis desde o ano passado| Foto:

Fiat acredita em crescimento "pós-IPI"

Agência Estado

Rio de Janeiro - O mercado de automóveis no Brasil vai se manter aquecido apesar do fim do incentivo da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que começou a ser retirado ontem, acredita o presidente da Fiat na América Latina, Cledor­vino Belini. Ele disse que espera que a conjuntura econômica amenize o efeito do fim do benefício fiscal sobre o mercado automobilístico. "Esperamos que haja compensação pela redução de juros e das taxas de desemprego. O mercado deve se manter estável, mas é claro que não atingiremos novos recordes como o observado em setembro", afirmou Belini em entrevista após o lançamento do Fiat 500, novo carro que chega para competir com o Mini Cooper e o VW New Beetle por R$ 62.870.

Segundo o executivo, o país produz hoje cerca de 3 milhões de automóveis ao ano e, para ganhar escala, deveria aumentar essa produção para 5 milhões de unidades anuais. "Com o real valorizado e os impostos, a balança comercial do setor terá saldo zero ou até negativo em 2009. É preciso aumentar a competitividade e isso vai ocorrer com ganho de escala", disse.Ele explicou que o setor tem capacidade instalada para produção de quatro milhões anuais de automóveis mas, com a expansão do mercado, o aumento de capacidade poderá ocorrer rapidamente.

  • Fiat 500 chega para brigar com Mini Cooper e New Beetle por R$ 62,9 mil

São Paulo - As vendas de veículos bateram recorde mensal em setembro, impulsionadas pela antecipação de compras no último mês antes do retorno gradual da alíquota do IPI. Foram emplacados no mês passado 308.760 veículos – entre au­­tomóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus –, o que representa uma alta de 19,6% em relação a agosto e de 14,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da indústria automotiva. Só na quarta-feira passada, último dia do IPI menor, foram vendidos 26.159 unidades – o melhor resultado da indústria automotiva para um único dia.

Com o resultado de setembro, as montadoras acumulam no ano vendas de 2,3 milhões de veículos, uma alta de 4,22% em relação a igual período do ano passado. Para David Wong, especialista do setor automotivo da consultoria Kaiser Associates, a corrida às concessionárias em setembro deveu-se especialmente à forte ação de marketing das montadoras. "Todas falavam que o imposto ia aumentar, mas creio que muitas pessoas não estavam informadas de que essa alta seria gradual", afirmou. Ape­­nas parte da alíquota foi recomposta. Para carros 1.0, por exemplo, o imposto subiu de zero para 1,5% a partir de ontem. Haverá novas elevações nos próximos meses, até a alíquota voltar a 7%, seu patamar normal, em janeiro de 2010.

Com a alta de ontem, um carro básico na faixa de R$ 25 mil poderá ter um reajuste de R$ 400, segundo estimativa do consultor da indústria automotiva e ex-presidente da Associação Nacional dos Fabrican­tes de Veículos Automotores (An­­favea), André Beer. Em janeiro, quando o imposto voltar à normalidade, os carros dessa faixa de preço podem ter elevação de até R$ 2 mil. "As montadoras não têm margens para absorver essa alta, mesmo porque há outras pressões de custo, como o aumento no aço e o próprio programa de investimentos, que está agressivo", disse Beer.

Com a demanda forte em se­­tem­bro, a indústria e as concessionárias tiveram seus estoques esvaziados, o que explica a falta mais ge­­neralizada de modelos nas re­­vendas nos últimos dias. Isso deve diminuir a propensão do mercado a oferecer descontos, disse Wong.

Fatias do mercado

A liderança do mercado de automóveis no acumulado do ano até setembro ficou com a Volkswa­gen, com 25,79% de participação. A Fiat vem na segunda posição, com 25% das vendas de au­­tomóveis, seguida da General Motors, com 20,26%, e Ford com 9,55%.

A Fenabrave continua mantendo suas projeções de crescimento para até um dígito este ano, mas o porcentual pode sofrer variações, dependendo da resposta dos consumidores à volta gradativa das alíquotas de IPI. "Estimamos um crescimento em torno de 3%, mas se obtivermos os mesmos resultados do ano passado, já será um dado positivo para o setor", disse o presidente da entidade, Sérgio Reze.

Confiança

O setor de material de transporte, que engloba montadoras e autopeças, é o que tem a melhor expectativa sobre a produção para o trimestre (setembro, outubro e novembro) no comparativo com os três meses imediatamente anteriores, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta semana.

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