As vendas de veículos importados por empresas que não possuem fábricas no Brasil cresceram 104,1% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado e 11,3% na comparação com julho. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14) pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), foram emplacadas 20.420 unidades, ante 10.007 em agosto de 2010 e 18.346 em julho.

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De acordo com a entidade, com esse resultado, a participação dos veículos importados pelas associadas da Abeiva no mercado ficou em 6,64% ante 6,37% em julho. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as vendas somaram 129.281 unidades, o que representa um aumento de 112,4% em relação ao mesmo período de 2010. De janeiro a agosto foram comercializados 528.082 veículos importados no mercado brasileiro, sendo 24,5% desse total os trazidos ao País por meio das associadas da Abeiva, o que representou 5,79% de todos os veículos (nacionais e importados) comercializados no mercado interno. Os demais veículos importados chegaram ao País por meio das próprias montadoras instaladas no Brasil.

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Apesar do bom resultado de agosto, as vendas de veículos importados por empresas que não possuem fábricas no Brasil devem recuar nos próximos meses. "Devemos voltar para uma média mensal em torno de 15 mil veículos", afirmou José Luiz Gandini, presidente da entidade. A estimativa de 185 mil veículos vendidos em 2011 está mantida.

Segundo Gandini, a recente alta do dólar é um dos motivos para esse recuo. O executivo acrescentou que, devido à forte demanda, já há falta de alguns produtos e até fila de espera. Gandini, que também preside a Kia, disse que, no caso da marca coreana, a importadora encerrou o mês com cerca de 200 unidades em estoque, enquanto o normal é cerca de 18 mil unidades. "Não é possível aumentar de uma hora para outra as importações. Muitas vezes a montadora lá fora não tem veículos disponíveis e também não é fácil encontrar navios para trazer o carros para o Brasil." Ele acredita que outras importadoras devem estar passando por situação semelhante.

Com relação à queda na oferta de crédito para os veículos, ele acredita que o impacto é menor nas empresas associadas à Abeiva do que nas montadoras instaladas no Brasil. Ele disse não ter números consolidados, mas acredita que cerca de 40% dos carros vendidos pelas importadoras são financiados, enquanto entre as montadoras brasileiras esse porcentual seria em torno de 70%. "Além disso, não é comum financiarmos 100% veículo, o que é mais comum nos carros nacionais", diz.