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Aumento - Tarifa subiu o dobro da inflação desde 1999

A tarifa industrial de energia elétrica do Paraná avançou muito acima da inflação nos últimos oito anos. Desde 1999, o valor cobrado pela Copel aumentou entre 117% e 145%, dependendo da tensão. É o dobro da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação do governo, que foi de 63%. Nesse mesmo período, o reajuste para as demais classes (residências, comércio e outros) subiu cerca de 64%, praticamente a mesma variação do IPCA. Os dados são de levantamento da consultoria paranaense Enercons. "Boa parte desse aumento da tarifa industrial pode ser atribuída ao realinhamento tarifário determinado a partir de 2004 pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], que é quem autoriza os reajustes a todas as distribuidoras", explica o engenheiro Ivo Pugnaloni, diretor da Enercons. "Trata-se de uma reparação às perdas impostas aos consumidores residenciais e comerciais durante uma década. Entre 1994 e 2004, a tarifa dessas classes era mais alta, para subsidiar o consumo da indústria." (FJ)

A idéia mais parece delírio: o empresário recebe dinheiro da distribuidora de energia elétrica e, com a verba, pode substituir lâmpadas ineficientes ou trocar os antigos motores de sua fábrica por outros de alto rendimento, que consomem menos energia. Conseqüentemente, sua empresa gasta menos com eletricidade – e nem sequer precisa devolver o dinheiro "emprestado" pela distribuidora.

Poucas empresas sabem, mas existe um programa que funciona exatamente dessa maneira. Criado no fim da década passada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Programa Nacional de Eficiência Energética obriga todas as distribuidoras a aplicar 0,5% de sua receita operacional líquida em medidas que reduzam o consumo de eletricidade. Os paranaenses têm uma vantagem: em todo o país, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) é a única que financia esse tipo de projeto por meio de chamada pública. No ano que vem, a estatal vai liberar cerca de R$ 8 milhões para os melhores projetos – o valor de cada um não pode superar R$ 500 mil.

Compreensivelmente, o programa quase não é divulgado – afinal, obriga as distribuidoras a estimular a redução do consumo, o que significa menos receita no futuro. Os interessados devem acessar o site da Copel (www.copel.com) e procurar o edital do programa. As inscrições para o ciclo 2007/08 vão até 30 de novembro, e os projetos vencedores devem ser divulgados até fevereiro. A previsão é que os recursos sejam liberados no segundo semestre de 2008.

Economia

Entre 1998 e 2007, o programa de eficiência da Aneel investiu R$ 1,8 bilhão em todo o país, proporcionando uma economia de R$ 5 bilhões em eletricidade. "Em todo esse tempo, o consumo no horário de ponta caiu 1,6 mil megawatts em todo o país. É praticamente a potência de duas turbinas de Itaipu", diz Ivo Pugnaloni, diretor da consultoria Enercons.

Com R$ 224 mil em recursos do programa, a prefeitura de Fazenda Rio Grande (região metropolitana de Curitiba) trocou recentemente quase 6 mil lâmpadas em prédios públicos do município, o que deve proporcionar uma economia de R$ 127 mil por ano em energia. "Trocamos lâmpadas fluorescentes de 40 watts por outras de 32 watts. É uma medida muito simples, que resulta em uma grande economia", explica o cordenador do projeto no município, Carlos Roberto de Poli.

A fabricante de enzimas industriais Novozymes, de Curitiba, substituiu 33 motores com um investimento de R$ 360 mil, dos quais R$ 180 mil foram pagos pela Copel. Com a compra de motores de alta performance, a companhia de origem dinamarquesa deve economizar cerca de R$ 67 mil por ano em energia – e a intenção é inscrever um novo projeto neste ano, revela o gerente de manutenção da empresa, Marcelo Jurchaks.

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