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Depois de suspender o contrato de 300 funcionários em fevereiro, a Volkswagen quer ampliar o layoff para mais 400 trabalhadores na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A suspensão deve valer por quatro meses. Caso a nova proposta seja aprovada pelos empregados, um terço dos 2,4 mil metalúrgicos da empresa no Paraná deixará de trabalhar nos próximos meses.

Prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a suspensão dos contratos foi adotada por várias montadoras brasileiras durante a crise de 2008 e 2009. Nessa situação, os trabalhadores recebem o seguro-desemprego do governo, e a empresa complementa o restante do salário.

A medida visa equilibrar estoques de automóveis à demanda de mercado, que registrou queda no primeiro trimestre. Os trabalhadores do turno da noite desta terça -feira (22) fazem a primeira assembleia sobre a proposta. Nesta quarta, estão previstas mais duas votações, às 5 horas e às 14 horas, na frente da fábrica. Procurada, a Volkswagen preferiu não se manifestar sobre as negociações.

Os funcionários que se enquadrarem no programa passarão a fazer cursos de qualificação. A remuneração virá do seguro-desemprego e da complementação salarial por parte da empresa. No acordo anterior, a Volks se comprometeu a manter benefícios como férias e 13.º salário, além de participação nos lucros. A empresa recolhe, no período, 8% do valor devido de FGTS.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, a montadora vem sofrendo pela combinação de mercado retraído e falta de lançamentos de produtos. "A expectativa da empresa é lançar novos modelos no segundo semestre e recuperar espaço", diz.

A capacidade de produção da Volks é de 870 veículos por dia, mas hoje ela monta 640 em São José dos Pinhais. Cada turno emprega cerca de 800 funcionários. A empresa fabrica os modelos Fox, CrossFox e Spacefox no Paraná.

O primeiro layoff, que previa o afastamento por três meses a partir de fevereiro, veio quatro meses depois de a Volks anunciar investimentos de R$ 520 milhões na fábrica. A suspensão do contrato trabalhista é um instrumento previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e já foi usado no passado pela Volks durante a crise econômica de 2008.

O caso da multinacional alemã, no entanto, não é isolado. Outras montadoras vêm adotando medidas para driblar a queda nas suas vendas. Após cortar parte da produção após o Carnaval, a Renault prolongou a folga do feriado de Tiradentes até o fim dessa semana. A medida, que vale para a linha de montagem de automóveis, foi provocada pela queda nas vendas para Argentina.

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