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Pátio da montadora em São José dos Pinhais, com os modelos Golf e Fox, produzidos aqui: planos de produzir um novo carro | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Pátio da montadora em São José dos Pinhais, com os modelos Golf e Fox, produzidos aqui: planos de produzir um novo carro| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Em obras

Em ampliação, a Renault avisa que vão faltar carros

A Renault, que em dezembro e janeiro vai interromper a produção para concluir a ampliação de sua fábrica em São José dos Pinhais, admitiu que terá problemas para atender à demanda no primeiro trimestre de 2013. O presidente da empresa, Olivier Murquet, disse no Congresso Autodata que, em razão do aquecimento do mercado, a montadora não está conseguindo formar estoques – e que, portanto, devem faltar veículos da marca nos primeiros meses do ano que vem.

A Renault está tocando um programa de investimentos de R$ 1,54 bilhão, que vai elevar a capacidade de produção de veículos de 280 mil para 380 mil unidades por ano e a de motores, de 400 mil para 500 mil unidades anuais. Hoje a fábrica emprega 6,2 mil pessoas, e deve contratar outras mil até 2015.

Segundo Murquet, citado por jornais que acompanharam o congresso, o aumento das importações da Argentina deve aliviar, mas não resolver, o problema da falta de veículos. Isso porque quatro de cada cinco carros vendidos pela marca no Brasil são feitos no Paraná – ela produz no estado os modelos Logan, Sandero e Duster.

A Volkswagen decidiu "tirar do congelador" sua fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Depois de vários anos sem receber investimentos de peso, a unidade – que hoje produz o Golf e os carros da família Fox – deve ser ampliada, possivelmente para abrigar a linha de produção de um novo veículo. A mudança de postura da empresa, que até pouco tempo atrás não planejava nada de novo para o Paraná, se deve a um acordo fechado no mês passado com os trabalhadores, que aceitaram a implantação de um banco de horas.

"Os investimentos estavam congelados na unidade [do Paraná]. Agora voltamos a avaliar", disse na segunda-feira o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, segundo o jornal Brasil Econômico. "Temos ganhos importantes por lá. Não tínhamos banco de horas, agora vamos ter. Foi um acordo muito bom para a empresa e os trabalhadores", completou o executivo, que participou do Congresso Autodata, em São Paulo.

Schmall não quis falar sobre o novo modelo que supostamente será montado no Paraná – espera-se um anúncio durante o Salão do Automóvel de São Paulo, na semana que vem. Cerca de 3,6 mil pessoas trabalham na fábrica de São José dos Pinhais, que funciona em três turnos desde 2004 e tem capacidade para produzir 870 veículos por dia.

Negociações

Nos últimos anos, as negociações da Volkswagen com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) vinham sendo bem mais difíceis que com os sindicatos paulistas. E a empresa, em represália, estava direcionando recursos apenas para as linhas de produção de São Paulo.

Em meados de 2011, a campanha salarial dos funcionários paranaenses chegou a interrompeu a produção por 37 dias, naquela que foi a maior paralisação da história do setor automotivo do Paraná e a mais longa já enfrentada pela montadora alemã em todo o mundo.

Neste ano, o acerto foi rápido. E tem validade de longo prazo: engloba reajustes, abonos e outros benefícios de 2012 a 2014. A Volkswagen concedeu aumento real imediato de 2,5%, e se comprometeu com reajustes de 2,8% acima da inflação em 2013 e 2014. A tabela salarial será reajustada gradualmente, e a participação nos lucros e resultados (PLR), de R$ 12,5 mil em 2012, terá aumento real de 2% ao ano nos próximos dois anos.

A retomada do banco de horas – que vigorou na empresa do início, em 1999, até 2005 – faz parte desse acordo. Segundo o secretário-geral do SMC, Jamil Dávila, a Volks se comprometeu a investir na fábrica em troca da aceitação de sua proposta pelos funcionários. "Não ficou decidido qual será a quantidade a ser produzida, mas a ideia é que venha uma nova plataforma [veículo], com produção a partir de 2015", diz.

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